A demagogia de Bolsonaro sobre a liberação do uso de armas já começa a deixar a burguesia em estado de alerta. Isso porque o decreto 9.785, que facilita porte de armas de fogo, abre brecha legal para armar integrantes de um dos maiores adversários do governo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Como sabemos, os membros do MST são tocaiados e assassinados há décadas na zona rural brasileira e com a menção no decreto de que “moradores de zonas rurais” terão direito a portar armas, haveria a possibilidade de que esse setor altamente vulnerável da sociedade começasse a se armar para autodefesa.
Hoje, cerca de 400 mil famílias ligadas ao MST vivem em assentamentos da reforma agrária. O número total de sem-terras no Brasil ultrapassa 2 milhões de trabalhadores, uma massa armada dessa magnitude superaria em várias vezes o número do contingente do exército nacional e mais ainda das polícias locais.
Contudo, o bolsonarismo, obviamente, criou entraves para que isso não ocorresse, uma vez que o interesse da burguesia nunca será armar a massa de trabalhadores, do campo ou da cidade. A Casa Civil publicou o seguinte comunicado: “Não exclui as demais obrigações, como comprovar residência fixa e lugar seguro para armazenamento das armas, comprovar ocupação lícita e demonstrar inexistência de inquérito policial ou processo criminal”.
A burguesia tenta todas as manobras para impedir que os sem terra tenham acesso a esse direito democrático, que é o armamento. O MST e a população em geral deve ter o direito de se armar para resistir à opressão do estado burguês e dos esquadrões da morte que a direita financia nas cidades e no campo.