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A posição capituladora da esquerda em relação à intervenção militar no Rio

Acompanhe o trecho do programa Análise Política da Semana da COTV. Neste trecho, o companheiro Rui critica a política da esquerda de pensar apenas nas eleições ignorando o processo crescente de golpe de Estado no País com a ameaça de golpe militar.

A posição capituladora  da esquerda em relação a intervenção militar no rio

“Nós já assinalamos aqui inclusive que a esquerda tem uma fixação no programa eleitoral que é indevida. Eles atuam como se a situação política estivesse na mais completa normalidade e bastasse esperar a vinda das eleições, votar, etc. e tal, como se nós tivéssemos na situação anterior a 2014, ou seja, anterior ao golpe de estado. Isso é totalmente absurdo. A situação já não é mais aquela, não é a situação anterior, é uma situação que avança em um processo crescente de golpe de Estado, isso tudo terá que ser levado em consideração.

Daí o fato de que a reação geral dos diversos atores políticos tenha sido extraordinariamente fraca para não dizer capituladora diante do golpe militar Nenhum dos partidos se colocou abertamente no seguinte sentido: de que as Forças Armadas têm que ficar no quartel; de que elas não devem estar na rua; de que Forças Armadas nas ruas é uma ameaça aos direitos de toda a população; é uma ameaça ao que existe de direitos democráticos dentro do regime político e todo mundo se omitiu em tirar essa conclusão fundamental e, mais ainda, em pedir o fim da intervenção militar. A esquerda (PT, PCdoB e PSOL) no congresso nacional que votaram contra a intervenção, mas só foi isso.

Não denunciaram a intervenção diante da população com o que, nós podemos dizer que toda essa esquerda e todo esse setor oposicionista recuaram bastante diante do golpe de estado, recuaram ainda mais diante do golpe de estado. Eles já haviam abandonado a palavra de ordem de derrubada do golpe e abandonaram a palavra de ordem de restabelecimento do governo eleito derrubado pelos golpistas; passaram para a palavra de ordem de antecipação das eleições diretas que era uma palavra de ordem totalmente sem pé nem cabeça. Depois, passaram para as eleições.

Não vamos falar do problema da questão do Lula, mas nós precisamos diferenciar uma questão aqui, que é a seguinte: uma coisa é Lula sair em campanha com as caravanas porque ele é uma pessoa perseguida, outra coisa são os outros começarem a fazer cálculos eleitorais como se nada tivesse acontecido, totalmente distinta uma situação da outra situação. Lula, por exemplo, quando ele faz as caravanas, fala que é candidato etc. e tal. Isso da í não é apenas uma jogada eleitoral, é uma luta contra a perseguição política que ele está sofrendo. Nós podemos discutir se é a forma mais correta de lutar, mas o fato é que é uma maneira que ele tem dentro da política dele de se opor a essa perseguição, e de se opor, portanto, ao golpe militar. Já quando, por exemplo, PCdoB lança Manuela d’Ávila, trata-se de uma jogada puramente eleitoral, totalmente desvinculada da realidade política do país, ignora o que está acontecendo. Em certo sentido, contribui para a campanha de perseguição ao próprio Lula.

O PCdoB deveria está na campanha de defesa do Lula ao invés de lançar candidato, ainda mais o PCdoB que nesses anos todos ficou pegando carona no trem do PT no governo. Na hora que o PT está fora do governo, decidiram desembarcar porque eles querem apresentar um “grande programa” para o país, o PSOL é a mesma coisa. Na parte da questão do Lula, que está sendo perseguido, é uma questão secundária, isto é, a esquerda, em todos os momentos chave, recuou diante do golpe. Agora com a intervenção militar, recuou ainda mais, inclusive o PT, logicamente.

Ninguém denuncia a intervenção militar, ninguém denuncia o perigo, ninguém pede a suspensão da intervenção militar e deixam os militares ocupar uma posição estratégica fundamental para o desenvolvimento da situação política no país. Se os militares decidirem dar um golpe de estado militar, ou seja, apossando-se do poder diretamente. Eles estão numa posição, estrategicamente, muito favorável, tendo consolidado a presença deles no Rio de Janeiro quase sem oposição. Por outro lado, se o desenvolvimento da situação levar a que os militares venham a ocupar o regime político, gradativamente por dentro mantendo uma fachada de regime civil, coisa que já aconteceu várias vezes em várias situações diferentes na história recente do mundo, também, eles se encontram em uma posição extremamente favorável.

Em todas as variantes, os militares se colocam em uma posição chave: amanhã você tem uma revolta em uma penitenciária em Salvador, você tem um quebra-quebra na cidade porque o pessoal está morrendo de fome com tanto desempregado com o corte no Bolsa-Família. Então, as Forças Armadas vão lá e ocupam a cidade de Salvador, ocupam a Segurança Pública do governo da Bahia, derrubam o governador da Bahia que é do PT e assim vai. O fato é que nós não estamos diante de uma manobra lateral, por exemplo, ocupar a cidade de Natal como os militares fizeram pouco antes do Rio de Janeiro.

Nós já temos aqui a penetração das Forças Armadas num ponto chave do país. Se os militares, em um dado momento, decidirem se retirar do Rio de Janeiro, isso é, também, uma vitória porque eles conseguiram fazer essa ocupação, manter a ocupação. Tudo vai depender agora, logicamente, de que eles consigam manter a ocupação sobre determinada normalidade, mas é o fato que está acontecendo. A esquerda capitula, não vê o perigo. A maior parte da esquerda acha que falar em golpe militar, falar que o regime vai evoluir para uma ditadura mais ou menos profunda é absurdo. Essa é a campanha deles, e, portanto, não há nenhuma campanha contra a intervenção das Forças Armadas. O que há é muita demagogia.”

Esse trecho faz parte da Análise Política da Semana, programa de maior audiência do canal COTV. O programa acontece todos os sábados em São Paulo a partir das 11h30 na rua Serranos, 90 bem próximo a estação Saúde de metrô. Para aqueles que moram longe, podem assistir o programa pela internet no canal Causa Operária TV no Youtube.

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