Na manhã da quarta-feira (18), Rodoviários realizaram um protesto contra o projeto que sugere a extinção gradativa dos cobradores dos ônibus de Porto Alegre. Os trabalhadores bloquearam a garagem de algumas empresas da cidade, sem contudo, impedir a saída dos ônibus. Depois, fizeram uma caminhada que iniciou na garagem da empresa Carris, na zona Leste da Capital, e seguiu pelo corredor de ônibus na Av. Bento Gonçalves paralisando o trânsito no local.
Em nota sobre a movimentação do dia 18, a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) defende o entendimento de que o direito à manifestação é legítimo, entretanto destaca que ele não pode interferir no direito de ir e vir da população.
Quanto às motivações alegadas de que haveria a extinção da atividade de cobrador, a entidade esclarece que a informação é inverídica e que não haverá demissões. Conforme o projeto de lei do Executivo, as empresas apenas estariam autorizadas a não repor o profissional em caso de rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do funcionário, interrupção ou suspensão do contrato de trabalho, demissão por justa causa, falecimento e aposentadoria. O projeto também prevê que não haveria obrigatoriedade da presença do cobrador em dias de passe livre, domingos e feriados e das 22h às 4h, situações em que há baixa ou menor demanda. A entidade reitera, portanto, que qualquer alteração envolvendo a função deverá ocorrer de forma gradual.
Bom, esse chove e não molha da ATP, não ajuda muito, a não ser ao prefeito, que justifica esse projeto para tornar extinta a função de cobrador, com a ridícula diminuição da passagem em R$0,05 (cinco centavos).
Para inverter a curva dos resultados do município, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) relata que apenas medidas de cortes de custeio – a exemplo dos contingenciamentos anuais do governo federal – não teriam sido suficientes para reverter a trajetória de déficits sucessivos nas contas municipais. A saída foi atacar o gasto com a folha de pessoal com medidas duras, a exemplo daquelas agora propostas pelo ministro golpista da Economia, Paulo Guedes, no novo pacto federativo para União, Estados e municípios e que também devem estar no projeto de reforma administrativa.
Ou seja, arrocho salarial apertando bem o sinto do trabalhador, corte de plano de saúde, corte de verbas para o trabalhador se aprimorar nos estudos, diminuição do cartão alimentação, corte das horas-extras, insalubridade, adicional noturno, e até o corte da função do trabalhador com extinção do cargo e o fim do seu emprego.
O pior de tudo, é ter que ouvir que toda essa austeridade é para gerar mais empregos e mais benefícios para a população. Foi, por exemplo, o que se ouviu com a reforma trabalhista, e é o mesmo que se ouve com a reforma previdenciária e administrativa.