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Portland: esquerda mostra como se reage aos fascistas

O pau comeu na Costa Oeste dos EUA nesse último final de semana.

Quase mil policiais não tiveram um dia de folga na cidade de Portland, estado de Oregon, nos Estados Unidos, no último sábado. A polícia fez de tudo para manter os membros dos “Proud Boys” (meninos orgulhosos) e de outros grupos de extrema-direita longe dos ativistas antifascistas de extrema-esquerda em um parque no centro da cidade, para tentar evitar os confrontos violentos que já aconteceram em encontros anteriores.

Pelo menos 13 pessoas foram presas e quatro pessoas tiveram ferimentos leves, e a polícia disse que apreendeu bastões metálicos e de madeira de manifestantes que também portavam spray químicos e escudos.

Eram cerca de 1.200 pessoas, mas os grupos de extrema-direita eram fáceis de reconhecer ​​por suas armaduras de camuflagem e capacetes, enquanto os grupos antifas de extrema esquerda cobriam seus rostos com máscaras ou bandanas.

Centenas de pessoas começaram a entrar no parque por volta das 11h da manhã, muitas delas gritando palavras de ordem ou exibindo cartazes como uma que dizia: “Não ao Trump, não à KKK, não ao EUA Fascista!” Para se ter ideia do clima geral, outro manifestante usava uma máscara de porco com cabelo laranja e, em outro lugar, uma pessoa com um chapéu vermelho (cor do partido republicano) escrito “Make America Great Again” (tornar a América grande novamente) batia boca com um homem afro-americano de boné vermelho.

Os grupos anti-fascistas apareceram para confrontá-los, classificando-os de “invasores”.  Algumas pontes e estradas principais foram fechadas ou bloqueadas e a prefeitura ergueu barreiras de concreto ao longo das ruas perto da área do ato. Várias lojas fecharam durante o dia, exibindo cartazes em que diziam terem sido aconselhadas pela polícia e por estarem preocupados com a  segurança dos clientes.

Joey Gibson, do grupo de extrema-direita Patriot Prayer (orador patriota) tentou manter o moral dos fascistas enquanto eram confrontados pelos antifas, principalmente o Rose City, um dos grupos antifa mais antigos do país. “O que eu estou dizendo para todo mundo é que eles estão tentando calar a boca de vocês. Eles querem que você não apareça em Portland, eles querem colocar medo em seus corações ”, disse Gibson.

A certa altura, uma marcha começou no parque, com grupos de ativistas gritando: “Vão para casa, nazistas!” Teve uma hora que os organizadores da extrema-direita pediram que a polícia os escoltasse para fora do local.

No final da tarde de sábado, depois de mais de seis horas de tensão, a Polícia de Portland declarou as manifestações um distúrbio civil, e mandou  que as pessoas deixassem a área imediatamente.

Mais cedo, o presidente Donald Trump deu destaque ao tenso confronto na sua conta do Twitter, escrevendo que a cidade estava “sendo vigiada de perto” e que esperava que o prefeito “faça o seu trabalho”. Até Polícia do Estado do Oregon e o FBI se ofereceram para interferir no conflito.

Trump escreveu no Twitter que estava em “consideração” declarar o grupo esquerdista militante “antifa” como uma organização terrorista. O grupo Rose City Antifa (Antifacistas da Cidade Rosa), cujos ativistas normalmente usam máscaras para permanecer no anonimato, também disse que o objetivo da extrema-direita era exatamente esse, fazer com que o antifa fosse declarado uma organização terrorista. Em Washington, os senadores republicanos Ted Cruz, do Texas, e Bill Cassidy, da Louisiana, apresentaram uma resolução do Congresso pedindo que os antifascistas sejam declarados terroristas domésticos.

Mas por que Portland como cenário da batalha?

A cidade é vista por muitos como um posto avançado do liberalismo da Costa Oeste, que tem sido tolerante com a livre expressão popular. A prometida presença do Rose City Antifa também atraiu grupos de extrema direita.

“Acho que eles vêm para Portland porque isso lhes dá uma plataforma”, disse o prefeito Ted Wheeler, segundo o jornal The Oregonian. “Eles sabem que, se eles vierem aqui, o conflito está quase garantido”.

Essa batalha do final de semana foi apenas a mais recente em Portland. Em junho, três pessoas foram presas, enquanto manifestantes e contra-manifestantes lutavam durante marchas que se seguiram a duas outras manifestações. Houve ataques à polícia, com alguns manifestantes antifa jogando ovos e líquidos em policiais, que responderam com spray de pimenta. Multidões acabaram se dispersando depois que a polícia declarou a reunião uma perturbação civi. Três pessoas foram tratadas por ferimentos em hospitais locais, incluindo Andy Ngo, um escritor conservador que, segundo o jornal The Oregonian, foi atacado por forças antifas.

A manifestação de junho aconteceu quase um ano depois que forças antifascistas mascaradas jogaram ovos, garrafas de água e fogos de artifício em uma marcha do grupo de direita Patriot Prayer, levando a polícia a declarar um motim e revogar a permissão de marcha. Os policiais também apreenderam facas, tacos e spray químico dos ativistas antifa.

Novamente, nesse último final de semana, os antifascistas se impuseram no ato convocado pelos grupos de extrema-direita e colocaram muitos para correr, que pediram socorro para a polícia para serem escoltados para irem embora. Onde os grupos de extrema-direita marcam atos, os antifa também vão para enfrentá-los e não dar sossego. E já estão incomodando tanto a direita que tem surgido a proposta de serem enquadrados como terroristas domésticos.

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