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Mais exclusão aos pobres

Por que os estudantes não foram fazer o ENEM?

Enem 2021: o descaso da direita ampliou a exclusão dos filhos da classe trabalhadora, que não tiveram acesso aos estudos em 2020.

Neste domingo, dia 24/01, realizou-se a segunda fase do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, em meio ao pior momento da pandemia e sem nenhum plano de contenção do contágio entre os participantes do exame. Novamente, o índice de abstenção exorbitante denuncia a política da direita nacional de negligenciar os estudantes mais pobres e vulneráveis que não tiveram acesso aos estudos, à internet, à segurança alimentar e nem a nenhum recurso que os possibilitassem minimamente se preparar para o ENEM deste ano.

Os alunos com melhores condições financeiras, que tiveram acesso a internet e fizeram uso de inúmeros recursos tecnológicos de auxílio pedagógico, terão ainda mais chances que os anos anteriores de conseguir uma boa vaga nas universidades através da nota do ENEM. No extremo oposto, estudantes socialmente vulneráveis, filhos da classe trabalhadora, que foram excluídos de todas as modalidades de ensino pela burguesia, em função da pandemia, terão menos chances de conseguir uma pontuação favorável e, consequentemente, estarão menos propícios a ingressarem na universidade.

A falta de acesso à internet para estudos remotos foi um dos fatores que mais pesou no déficit de aprendizagem dos alunos e na abstenção do ENEM. Não ter um bom dispositivo, como um celular ou um computador atualizado, além de depender apenas de redes móveis, torna os estudos de forma remota uma tarefa impossível. Por outro lado, alunos de escolas particulares tinham bons aparelhos e conexão residencial de qualidade, o que permitia fazer bom uso de todas as plataformas de ensino, bem como acessar todas as fontes de pesquisa online. Além disso, o receio ao contágio com o vírus também pesou para a abstenção, pois apesar de a prova acontecer normalmente, estamos na pior fase da pandemia e não há nenhum plano político de enfrentamento da doença. Não há vacina nem testes suficientes para todos. Regras de distanciamento e de higiene pessoal não foram postas em prática durante a prova. Por fim, muitas famílias de estudantes enfrentaram dificuldades financeiras. O desemprego aumentou, vários pais e mães foram demitidos e os estudantes se viram precisando buscar empregos para ajudar a família, pois o auxílio emergencial não foi para todos e não dava para pagar as contas de casa. Além do mais, o governo golpista de Bolsonaro não ofereceu nenhum auxílio específico para os estudantes em época de pandemia. Trabalhando e sem tempo de dedicar aos estudos, o resultado natural é a desistência de realizar a prova.

Com a crise pandêmica e a crise política, os filhos da classe trabalhadora são, novamente, os penalizados e excluídos deste processo seletivo. Pois os filhos dos ricos, que estudaram o ano todo, estão preparados e com suas vagas na universidade reservada. É preciso esclarecer que o ideal seria que todos os estudantes, ao concluírem o ensino médio, tivessem a oportunidade de automaticamente engatar em um curso de ensino superior, de modo a vestibulares e ENEM se tornassem obsoletos, afinal haveria vagas universitárias para todos. Mas como não é essa a realidade, tais processos seletivos para o ensino superior apenas servem de peneiras nas quais, infelizmente, os estudantes filhos de trabalhadores frequentemente não conseguem uma vaga ou ficam com os cursos considerados menos importantes, com menos prestígios ou que oferecem os menores salários no mercado de trabalho. E com o advento da pandemia, esse problema se tornou ainda mais agudo.

Percebemos que sem políticas públicas contundentes de enfrentamento à pandemia e sem oferecer à população estudantil proletária condições sociais que possibilitem a continuidade nos estudos, a tendência é uma total abstenção dos estudantes em vestibulares como o ENEM. Desde o início da pandemia, os problemas de classe se acirraram e vimos, diante de nossos olhos, os filhos dos trabalhadores não terem acesso a nenhum meio auxiliar de estudos. Os estudantes não possuem computadores, celulares adequados nem internet residencial que possibilitem aulas online e os governantes nada fizeram sobre isso. Estudantes vulneráveis, que se alimentavam apenas na escola, passam fome e não estudam. Professores e funcionários das escolas foram demitidos, assim como os pais dos alunos. Enquanto isso, as grandes empresas usurpadoras da educação tentam lucrar com vendas de ensino EAD para todos, no entanto, apenas os filhos dos ricos conseguem usufruir destes recursos.

Diante de tais descasos causados pela política da direita que tem atualmente Bolsonaro como grande representante político, a arma disponível para o povo é se organizar para reagir ao descaso dos governantes, que não apresentam nenhuma resposta benéfica à população quanto à crise sanitária, da covid -19, muito menos à crise econômica e educacional. É preciso impulsionar entre os nossos a palavra de ordem “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.

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