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Por que Neymar não ficou nem entre os 10 maiores do mundo?

Não com surpresa, embora com certa indignação, nos deparamos com a notícia de que o jogador brasileiro Neymar Jr. não foi colocado pela FIFA nem entre os 10 melhores jogadores do mundo. Não causou surpresa pois já sabemos da encarniçada luta que os grandes monopólios do futebol europeu vem travando contra o futebol brasileiro e o próprio jogador, o maior craque da atualidade do País do futebol e também porque o caso apenas repete 2018, quando Neymar também não ficou entre os 10.

Mas a luta política está em todos os âmbitos, inclusive e principalmente nos meios milionários do futebol.

A campanha estabelecida pela imprensa imperialista e reproduzida pela imprensa golpista brasileira contra Neymar contagia inclusive setores da esquerda. Isso porque a própria burguesia sabe fazer a campanha de maneira cínica, normalmente atacando o fato de o jogador ser milionário e outras coisas que acabam servindo para manipular a opinião do esquerdista desavisado.

Mas deixemos de lado a fúria contra Neymar. SInta-se à vontade para odiá-lo. Mas será mesmo que o jogador não estaria nem entre os 10 melhores do mundo? Será mesmo que nenhum brasileiro deveria estar ali? Para nós, não só Neymar deveria estar entre os 10 como é efetivamente o maior craque do mundo, mas alguém poderia argumentar que ele não anda em boa fase, está machucado, jogou pouco. Mas isso o tiraria da lista dos 10? É claro que não.

Basta olhar a lista que rapidamente se percebe que não apenas Neymar é infinitamente melhor do que a maioria dos que ali estão como muitos outros jogadores brasileiros poderiam constar na lista. E por que não estão? É simples: a lista da FIFA é uma seleção de europeus, de jogadores europeus e mais ainda de representantes do futebol moderno. Com exceção do argentino Messi (na realidade quase um jogador espanhol), do egípcio Salah e do senegalês Mane, todos são europeus “puro sangue”.

Se você é esquerdista e não gosta de Neymar. Daremos a você a liberdade de gostar do que quiser. Mas é preciso no mínimo ter consciência do que representa a lista da FIFA antes de sair atirando em Neymar e no futebol brasileiro como fez a imprensa golpista, porta-voz da política da FIFA. Afinal de contas, é preciso ser coerente: ou a FIFA é a instituição mais representativa do futebol moderno, europeu e imperialista e Neymar está sendo perseguido, ou a FIFA é a paladina da justiça e sua lista é exemplo de perfeição e não tem nenhum motivo político por trás da escolha.

Se ainda resta dúvida, um olhar atento para a imprensa golpista brasileira ajuda na explicação. Uma coluna publicada no site R7, ligada à bolsonarista rede Record, assinada por Cosme Rímoli, tenta justificar por que Neymar não apareceu entre os 10. Diz a coluna: “Baladas, simulações, suspensões, farras logo após o tratamento de fraturas, soco na cara de torcedor, ataques a árbitros da Champions na sua rede social, até acusação de estupro e agressão.” Os motivos principais estariam aí, todos fora de campo. Sobre o futebol de Neymar, ninguém fala. Não fala porque não é isso o que está em jogo.

Essa é a campanha cínica da “ética” no futebol, que tem a mesma lógica de todas as campanhas moralistas que na realidade são uma política da burguesia e da direita para atingir adversários ou levantar campanhas públicas contra determinadas pessoas. Em política, a campanha moralista é a cobertura para o golpe de Estado. No futebol se chama fair play, um dos principais elementos do futebol moderno, o futebol dos inimigos do futebol, uma cobertura para as maiores sacanagens dentro e fora de campo.

O futebol moderno também é inimigo das torcidas organizadas porque elas são “violentas”, é a favor das arenas com ingressos exorbitantes porque assim o povo pobre e “desclassificado” não frequenta o estádio.

E tanto no caso de Neymar como na campanha contra as torcidas, tudo não passa de calúnias e pretextos para impor determinada política. Nem Neymar é o jogador indisciplinado que tanto a imprensa fala (pelo menos não chega nem perto de muitos outros craques), nem as torcidas são violentas como se propaga.

Tudo isso é parte da mesma política contra o futebol. O imperialismo ataca em todos os flancos e o objetivo é garantir seus lucros ameaçados pela superioridade técnica do futebol brasileiro e pela presença do povo nos estádios e nos clubes.

É preciso dizer que no caso de Neymar, especificamente, a perseguição é uma retaliação econômica ao seu empresário, seu pai. A relação de Neymar Pai como empresário de seu filho é uma raridade, principalmente entre os maiores jogadores do mundo. É um mau exemplo para os grandes monopólios capitalistas que lucram com o verdadeiro roubo de jovens jogadores brasileiros. Não é porque Neymar é milionário que ele tem mais poder do que esses monopólios e não será atacado por eles. Os monopólios não perdoam nenhuma iniciativa independente, é da natureza do capitalismo atual. Os brasileiros aprenderam bem isso com a experiência golpista no Brasil com as empresas nacionais sendo destruídas.

Portanto, a perseguição a Neymar tem duas causas, as duas econômicas: a primeiro é o ataque contra o futebol brasileiro que por sua superioridade ameaça o domínio e portanto os lucros dos europeus. A Europa passa hoje por uma profunda crise econômica, o que dificulta os altos investimentos para formar equipes com condições de competir com os sul-americanos. É preciso então intensificar a campanha ideológica e política contra o futebol brasileiro e sul-americano. A outra causa é a luta encarniçada dos empresários europeus de jogadores que formam monopólios e não querem concorrência, mínima que seja.

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