Nosso Partido precisa de um grito de guerra.
Emprestamos o ritmo do refrão “Partido, Partido, da Causa Operária” do PT. Nossos militantes gritam-no em atos partidários, manifestações etc., talvez sem se dar conta de que estão ecoando um grito do passado.
Ocorre que por muito tempo a militância do PT calou seu grito, entoado pela primeira vez no início da década de 1980. Sua voz se levantou apenas muito recentemente, diante do golpe iminente contra Dilma Rousseff. A militância de base, os ativistas, cerraram fileiras, os dirigentes não. Sua política é confusa, desorientada.
Há uma ala direita que puxa cada vez mais à direita (seu governador na Bahia acaba de declarar que a cobrança de mensalidades nas universidades públicas não pode “ser tabu”), conciliando com o “Centrão” e buscando uma via de entendimento com Mourão, um propagandista do golpe militar.
Uma ala à esquerda se vê pressionada constantemente pelo aparato burocrático do Estado, os parlamentares, prefeitos e governadores de seu próprio partido, a burocracia partidária e sindical atrelada a ele. Só com muita dificuldade conseguem avançar seguindo o caminho correto para a luta, impulsionando a greve geral do dia 14 de junho, e flertando com a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”, a única que traduz em política o que o povo já grita nas ruas desde o começo do ano, em toda oportunidade em que se reúne uma multidão.
Nosso Partido comparece às manifestações e luta contra a burguesia com suas próprias bandeiras e palavras-de-ordem. Estamos lutando contra o golpe de Estado desde a primeira hora. Lutamos contra o impeachment, o processo fraudulento e a prisão de Lula e levantamos o “Fora Bolsonaro” desde o momento em que seu nome saiu das urnas fraudadas no ano passado. Temos nossa própria imprensa, um programa, uma história, tudo o que falta à esquerda pequeno-burguesa. Precisamos ter também nosso próprio grito de guerra.
Ouvi um relato curioso. Um camarada contou que ouviu de um militante do PT, jovem, que nosso grito de guerra era muito bom. Ele não sabia que era uma tradução do refrão inventado no PT há muito tempo. É preciso desfazer a confusão.
A esse respeito, apresento uma proposta. Creio que nosso grito de guerra deva apresentar ao público mais do que apenas o nome do nosso Partido. Ele já está estampado em bandeiras, camisetas e na capa do nosso jornal. O nome do Partido da Causa Operária é conhecido por todo elemento consciente, militante, atuante na luta de classes. Seu significado, no entanto, talvez não. Talvez alguns se perguntem ainda o que seria a “causa operária”. Devemos oferecer uma resposta imediata, clara, precisa. Os trabalhadores conscientes de todo o mundo lutam pela libertação de toda humanidade do jugo da propriedade privada, de toda opressão e exploração. Sabem que para isso é preciso uma revolução, é preciso um governo próprio da classe trabalhadora, a ditadura do proletariado. Tudo isso abre o caminho para atingir o seu fim último, a abolição da propriedade privada, o comunismo. Assim, devemos dizê-lo abertamente, a causa operária é o comunismo.