Por Henrique Áreas
Nunca foi tão simples responder a pergunta que dá título a essa coluna. Sem maiores argumentos ou explicações acadêmicas, é fácil descobrir o que anda fazendo a esquerda pequeno-burguesa nesse momento: ficar em casa.
Essa é a política da esquerda. Ir para casa, se esconder e esperar.
Isso significa dizer que a esquerda não tem política. Não só porque se trata de uma inatividade completa mas porque o “fique em casa” é a política da direita. Basta olhar a propaganda oficial da imprensa burguesa e dos governos estaduais.
A única diferença é que para a direita, o “fique em casa” nnada mais é do que uma propaganda para fingir que alguma coisa está sendo feita contra a pandemia. A esquerda, no entanto, defende o “fique em casa” como uma espécie de ideologia.
Com essa falta de política a esquerda está se abdicando de defender os trabalhadores e todo o povo. Na hora que o povo mais precisa de luta, não há luta, não há mobilização.
Os sindicatos, em sua maioria dirigidos por essas organizações da esquerda, adotaram a mesma política. Foram para casa ennquanto os trabalhadores estão trabalhando normalmente nas fábricas, no transporte público, na construção civil, na limpeza.
Este Diário trouxe na edição de hoje uma reportagem sobre a cidade de Bergamo na Itália. Na região mais rica do País, a cidade foi o cenário das imagens aterrorizantes dos caminhões do exército cheio corpos.
E por que essas cenas. Por que os capitalistas italianos se recusaram a pararem as atividades industriais. As fábricas continuaram funcionando enquanto a epidemia matava os trabalhadores aos montes. “Fique em casa”, diz a burguesia, enquanto manda seus trabalhadores morrerem nas fábricas, nas ruas, nas coonstruções. Nada muito diferente do que já acontece no capitalismo, com o agravante da pandemia.
Mas o capitalismo é isso: mmilhares, milhões de pessoas dão a sua vida para que o bolso e o conforto de seus patrões estejam garantidos.
No Brasil, tende a acontecer exatamente a mesma coisa. Mas aqui é Brasil, não é Itália. Os traballhadores brasileiros estão em condições muito mais precárias do que os italianos, não apenas nos setores de trabalho mas no transporte nos bairros,, nas favelas, a falta de sistema de saúde de qualidade, a falta de seneamento básico.
E a esquerda e os sindicatos onde estão? Em casa, obedecendo cegamente a propaganda cínica da burguesia. As categorias estão trabalhando, os sindicalistas e os políticos da esquerda que seriam os representantes dos trabalhadores não estão. Um verdadeiro crime.
É preciso uma políttica urgente que mobilize os trabalhadores nos bairros e nos locais de trabalho. O que está em jogo é a vida do povo.