Na noite de 12 de abril, quinta-feira, a polícia francesa retirou (não sabemos bem como) os estudantes que protestavam na universidade Sorbonne, em Paris.
Noticiado no portal G1 do dia 13 de abril, sexta-feira, cerca de duzentos estudantes votaram em assembléia e ocuparam o prédio de uma das mais prestigiadas universidades do mundo e palco de diversos embates e vitórias para os estudantes: a Sorbonne.
Os estudantes ocuparam um prédio da universidade contra uma reforma do acesso à universidade. A reitoria disse que as negociações foram mal sucedidas e chamaram a polícia a intervir (qualquer semelhança com a USP de São Paulo e outras universidades públicas não é mera coincidência: essa é a política da direita).
Já o centro Tolbiac, um dos anexos da prestigiosa universidade Sorbonne de Paris no 13º distrito, continua ocupado, mesmo com dois pedidos de intervenção da polícia.
A Sorbonne não foi a primeira universidade francesa com ocupações nas últimas semanas. Quatro universidades seguem completamente bloqueadas e uma dúzia estão com suas salas e anfiteatros ocupados.
A lei ORE, um processo seletivo de orientação em relação ao sucesso do aluno, vai fazer com que a inscrição se transforme em um processo discriminatório e baseado em critérios que só vão aumentar ainda mais as desigualdades sociais da França. Os estudantes que forem considerados “menos capazes” terão menos chance de entrar nas universidades. O governo quer assim, transformar as universidades em cursos técnicos, com alunos coxinhas, que nada questionem e se formem calados.
De acordo com a Rádio França Internacional (RFI)
estudantes do ensino médio, essa reforma provavelmente criará “faculdades de elite”. Para os professores, agora são as universidades que escolhem os alunos e não os alunos que escolhem sua universidade.
Os estudantes se unem ao movimento de greve dos trabalhadores iniciado em 2016, contra a famigerada reforma trabalhista, que aumentou a jornada de trabalho, facilitou as demissões e enfraqueceu os sindicatos.
Contra todo esse movimento, como em quase todo o mundo, a reação direitista e fascista se mostra.
De acordo com a RFI
Cerca de 25 pessoas tentaram entrar na ocupação com tacos de baseball e garrafas para expulsar os estudantes.
Philippe estava presente no dia do ataque de militantes da extrema-direita, quando, segundo ele, cerca de 20 pessoas tentaram agredir e expulsar os manifestantes da ocupação à força. “Eles atiraram objetos e bombas de gás contra nós. Em resposta, os ocupantes da universidade atiraram objetos de volta, para que eles partissem, porque não sabíamos quantos eram, se queriam entrar, e com a experiência de Montpellier estávamos bastante inquietos. Os estudantes reagiram muito bem e não houve feridos”, conta.
Todos os direitos conquistados pelos estudantes franceses e em todo o mundo devem ser defendidos. O acesso às universidades deve ser universal. O apoio aos estudantes franceses deve ser fortalecido pelas lutas aqui no Brasil, no sentido de universalizar o acesso e estatizar todas as universidades privadas.