Segundo divulgação feita pelo Banco Central, em novembro de 2020 a dívida das famílias corresponderam a 51% de tudo que elas tiveram de renda nos últimos doze meses.
Trata-se de novo recorde. O anterior tinha acontecido em outubro quando o índice atingiu quase 50%. O cálculo leva em conta todo tipo de dívida, inclusive a dos imóveis. O menor percentual foi registrado em 2005, início da série histórica, sendo de 18,4%.
As dívidas se concentram em três modalidades, e em primeiro lugar vem os cartões de crédito, com 78% dos casos na média. Em segundo lugar estão os carnês com 16,8% e por último o financiamento de automóveis com 10,7%, conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O estudo ainda informa que o percentual de famílias endividadas cresceu 2,8% em relação a 2019. O que corresponde a 66,5% da população. É o pior resultado desde 2010, quando teve início a série histórica. Também cresceu a quantidade de famílias com atraso nas contas e dívidas em 1,5%. Ao todo são 25,5% das famílias.
Os números são impressionantes e trágicos. Mostra como os bancos se apoderam da renda dos trabalhadores, que além do montante emprestado terá que pagar os juros da dívida. E que eles são bastante altos, principalmente dos cartões de crédito que estão na casa dos 300% ao ano. A população paga três vezes o que tomou emprestado.
Mas essa não é a única forma que os bancos têm para retirar a renda das famílias trabalhadoras. Também retiram a renda que vai para o governo na forma de impostos. São aqueles embutidos nos preços de tudo que consumimos.
Como cerca de 80% dos impostos que o governo arrecada recai sobre as rendas de até 5 mil reais, são os trabalhadores que arcam com a arrecadação dos impostos. E não são eles que são os beneficiados pelos investimentos que o estado faz com o uso desse dinheiro arrecadado.
O governo usa esse dinheiro para financiar as empresas e os bancos, como os 1,2 trilhões que o governo Bolsonaro destinou aos bancos e empresas para enfrentarem a pandemia. A desoneração da folha de pagamentos, perdão de dívidas gigantescas dos bancos e empresas, etc.
E na hora do governo destinar o dinheiro para benefícios sociais como, saúde, educação, transportes, previdência social, moradia, etc, alegam não ter dinheiro. Não tem dinheiro para quem são os maiores contribuintes para o estado. Nem mesmo a pandemia e o desemprego monstruoso são considerados para negar verbas para o povo.
Além disso, os bancos ficam também com metade da arrecadação do estado quando pagam os empréstimos que são destinados, como financiamento, aos próprios bancos e empresas.
Nem o desemprego, nem a pandemia, nada move o estado a fazer qualquer coisa que seja para o povo, que é quem produz toda a riqueza no país. E não param por aí, a imprensa golpista, as empresas e bancos monopolistas forçam o governo diariamente a retirar mais ainda do povo. Querem as reformas administrativas, fiscais e a privatização das empresas estatais que são de todo o povo, não do governo entreguista e fascista.
Enquanto isso a elite, os 10% mais ricos não pagam impostos, não tem as fortunas tributadas, não pagam salários minimamente decentes aos empregados, nada. Vivem da exploração diária e constante da renda minguada do povo. Esses são os verdadeiros parasitas sociais. Não produzem nada e ficam com a maior parte da renda gerada na economia, pelos trabalhadores.
A classe burguesa é sem dúvida parasitária e representa o escárnio que fazem com o povo. É chegada a hora de por todos esses parasitas para fora do governo e do estado. O povo precisa se unir em conselhos populares e lutar contra a política de terra arrasada e genocida, com fome e miséria crescendo diariamente somente para os trabalhadores. É hora do basta ao capitalismo, chega de tanta exploração e miséria.