Na quarta-feira, 8/4, a escola de Educação Infantil CEPI Gavião do DF, deu o pontapé inicial na organização do seu Conselho Comunitário, no Varjão, periferia onde mora 99% da sua comunidade escolar com o propósito de enfrentar a crise e os ataques dos governos antipovo de Ibaneis e Bolsonaro.
Durante a visita às famílias da escola, o Conselho entregou, como resultado de um levantamento das necessidades emergenciais da comunidade, um Kit para as crianças com sugestões de atividades e mais de 60 cestas de alimentos arrecadados entre o próprio Conselho, a comunidade vizinha e apoiadores da escola.
Esse Conselho Comunitário, assim como muitos que estão sendo formados no DF e em todo o país, faz parte de um importante movimento de militantes que assim como os Comitês de luta contra o golpe e o PCO buscam organizar as comunidades contra a ideia de cruzar os braços e deixar os golpistas levarem adiante os planos de massacre da população enquanto destina trilhões aos banqueiros e capitalistas.
A organização e a mobilização dessa pequena comunidade escolar de Educação Infantil demonstra o que poderia ser feito caso as organizações dos trabalhadores estivessem verdadeiramente voltadas para luta, ao lado trabalhadores.
Na contramão dessa iniciativa popular a CUT-DF e o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), chegaram a estapafúrdia posição de oferecer ao governo golpista e anti-povo de Ibanes Rocha, suas instalações para o “combate ao Covid-19”, ao invés de mobilizar os trabalhadores para exigir o atendimento de suas reivindicações, como a intervenção em hotéis e hospitais particulares para o aumento leitos hospitalares, testes do Covid-19, a suspensão da cobrança de água, energia e aluguel, cestas básicas, controle de abastecimentos de gêneros de primeira necessidade, auxílio digno que permita à sobrevivência das famílias diante da catástrofe iminente, entre outras reivindicações.
Enquanto a CUT-DF e o SINPRO-DF se colocam totalmente à reboque do GDF, o governo sequer se digna a colocar em funcionamento os Centros de Referência de Atendimento Social (CRAS), que deveriam ser responsáveis pelo cadastramento da população de baixa renda do DF, que não é atendida pelos programas sociais do governo federal. Porém, essa realidade só pode ser vista ao vivo e em cores, nas ruas.
Está ficando cada vez mais claro que única forma que a população pobre, abandonada e indefesa tem para se proteger contra a situação caótica que está por vir, é a sua organização consciente em torno de suas reivindicações, e isso só pode ser alcançado com a participação ativa das organizações que se reivindicam defensoras da classe trabalhadora e não com a política de entregar nas mãos daqueles que impõem a política de miséria contra o povo, a solução dos problemas desse mesmo povo.
No Varjão a população começou a se movimentar dando uma aula de luta, com cerca de 80 famílias já cadastradas no Conselho Comunitário da escola de Educação Infantil CEPI Gavião.
Essa mobilização inicial está estimulando a organização de reuniões para formação de vários outros Conselhos Populares, em diversas quadras do Varjão, que estão sendo agendadas para o próximo período.
Os moradores estão levantando várias propostas de luta e de mobilização, como uma manifestação em frente ao CRAS, exigindo a sua reabertura, além de uma campanha pela imediata suspensão da cobrança de água e luz de toda a comunidade.
É preciso uma política de mobilização e luta para enfrentar a crise nas ruas, com os professores, estudantes e toda a comunidade escolar em um gesto de solidariedade ativa e de classe pela formação de Conselhos Populares das comunidades escolares e acadêmicas para derrotar a crise da saúde e o governo de Bolsonaro.