A imprensa burguesa brasileira tem alertado que o impacto da gripe do coronaviírus vai provocar uma redução no crescimento do PIB brasileiro ao final de 2020. Logo, estimativas informadas pelo mercado através do relatório Focus, que considerava um crescimento de 2,17 % em dezembro de 2020, podem ser compreendidas como o charlatanismo financeiro.
O próprio ministério de Economia revela, buscando se antecipar, baseado no desempenho do ano passado, a possibilidade de que o PIB só cresça 0,8%. No anúncio dizem que a solução para reverter esta previsão são mais “reformas liberais” para combater o “efeito corona” e a crise global. Entretanto, a real ameaça ao Brasil é a continuidade da política econômica de Bolsonaro, conduzida pelo inimigo do povo brasileiro e, em especial, das trabalhadoras domésticas, o famigerado “Chicago Boy”, Paulo Guedes. A crise vivida com o dólar subindo diariamente e um nível de desemprego elevado só tende a piorar, devido as sucessivas medidas neoliberais que esse governo fascista tem aplicado.
Esta política econômica em 2019 se caracterizou por uma “Reforma da Previdência” que praticamente impede que o trabalhador se aposente. Enquanto os militares tiveram aumentos nos seus vencimentos, para compensar os descontos previdenciários que a população terá nos próximos anos, esta política deixou mais de 11,2 milhões de desempregados, mais de 38 milhões de brasileiras e brasileiros no trabalho informal, sem as garantias trabalhistas tais como férias, licença maternidade ou paternidade, seguro desemprego entre outros. Sem contar os mais de 4 milhões de desalentados, que vivem na corda bamba pra sobreviver. Esta política econômica neoliberal no seu cerne é uma política fascista, diz que realiza um controle de gastos públicos, mas só corta o que beneficia os mais pobres e trabalhadores.
Todavia, ainda assim a burguesia imperialista se comporta no Brasil como ratos fugindo de um navio naufragando. Isto se torna relevante ao sabermos que a saída de capitais do País continua a todo vapor. Uma rápida olhada nas estatísticas comprova esta situação. Em 2019 saíram US$ 44,8 bilhões. Só que a virada do ano não mudou o clima de naufrágio. O Banco Central informou que neste 1° bimestre foram embora mais US$ 4,792 bilhões. Vale parabenizar como a política fascista está agradando ao mercado financeiro. Na última quarta (26), os investidores estrangeiros retiraram do Brasil R$ 3,068 bilhões o que significou a maior saída de capital em único dia desde de 1994 como destacou o colunista Milton Alves do portal Brasil 247.
Também cabe destacar que em 2019, sem a presença do coronavírus, a economia nacional conseguiu um crescimento pífio e patético de 1,1% em relação ao ano anterior. Desta forma, a condução econômica da dupla Bolsonaro e Paulo Guedes conseguiu um desempenho pior que os dois anos do governo do golpista Temer, quando a alta foi de 1,3% tanto em 2017 como em 2018. Na verdade, o governo Bolsonaro conseguiu ter o pior índice de crescimento no primeiro ano de mandato desde Collor.
A superação desta crise passa pela saída deste governo e de todos os golpistas através da mobilização popular, exigindo igualmente a redução da escala de trabalho para 35 horas sem redução salarial, para a geração real de emprego. O instrumento para conseguir esta mobilização é através da formação dos Comitês Fora Bolsonaro nos bairros, no trabalho, nos sindicatos, nas escolas e nas universidades. Só desta maneira será possível superar a ameaça mais grave que qualquer coronavírus.