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Coronavírus

Política do PCdoB para a crise: sentar e esperar

Sem dizer como, nem quando, o PCdoB decidiu partir para uma campanha de tipo profética: "o Brasil vai vencer o coronavírus".

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), principal organização da esquerda nacional a fazer propaganda em defesa da Frente Ampla — isto é, a frente com os golpistas —, publicou, em suas páginas nas redes sociais, uma série de cartazes virtuais que expressam sua política para a pandemia do novo coronavírus e para a crise econômica mundial. Em um primeiro cartaz, o PCdoB fala que o coronavírus poderá matar quase meio milhão de pessoas, mas não oferece nenhuma proposta efetiva:

Em um segundo cartaz, o partido de Flávio Dino critica a estratégia elaborada pelo governo federal:

Em uma terceira publicação, a legenda critica a “irresponsabilidade sanitária”:

O quarto cartaz celebra o fato de que parlamentares teriam criticado Bolsonaro pelo risco de contrair o coronavírus:

E, no último exemplo listado em nosso artigo, o PCdoB alega “dupla irresponsabilidade” cometida pelo presidente ilegítimo:

O Brasil vai vencer?

Dizer que o Brasil vai vencer a guerra contra o coronavírus, mesmo tendo a possibilidade de ter quase meio milhão de baixas é uma tese sem qualquer sentido. O país tem 220 milhões de habitantes, de modo que 478 mil vidas daria cerca de 0,21% da população. E, o que é pior: essa quantidade de gente morrerá única e exclusivamente por responsabilidade do governo Bolsonaro e de todos os governos neoliberais do mundo.

É preciso dizer, inclusive, que os cálculos que apontam para um cenário de 478 mil mortes são conservadores. O Brasil se encontra em uma situação muito pior que países que a Itália, que tem muito mais dinheiro e estrutura para conter a doença. A situação para a qual o país se encaminha é para a total devastação pelo coronavírus, tanto do ponto de vista das mortes, quanto do ponto de vista da crise econômica.

Vencer o coronavírus, portanto, seria travar uma luta gigantesca para frear o avanço da doença. E essa luta, obrigatoriamente, passaria por organizar a população para enfrentar Bolsonaro e toda a burguesia parasita, que quer que o Estado lhe sustente em vez de combater a doença. Sem proposta alguma para derrubar o governo e organizar o povo para tomar pela força o controle da Saúde Pública, não há qualquer condição para que o Brasil vença o coronavírus ou qualquer outra crise que vier.

O Brasil é maior?

A consideração de que o Brasil seria “maior” que Bolsonaro, além de revelar uma política completamente inócua, apenas com o objetivo de marcar uma posição política genérica contra o governo Bolsonaro e, portanto, inevitavelmente, oportunista e eleitoreira, também expõe um outro objetivo da propaganda do PCdoB. Segundo os cartazes, o Brasil seria moralmente superior a Bolsonaro.

Mas quem é o Brasil que o PCdoB acredita que seria superior ao Bolsonaro? Seriam os trabalhadores, as organizações populares, os sindicatos? Não. Seria, basicamente, todo mundo que criticasse o presidente ilegítimo ou sua política em relação à pandemia do coronavírus. O cartaz que fala de parlamentares, de um modo genérico, deixa isso bastante claro: a revolta da população contra o governo Bolsonaro e a fortíssima tendência à mobilização contra os ataques da direita neoliberal não seriam aspectos fundamentais para a luta contra o coronavírus, mas sim porque o “centrão”, que procura se colocar como alternativa diante da falência do governo Bolsonaro, teria tecido uma ou outra crítica sem qualquer importância.

Essa política, de procurar unificar o “centrão” para lutar contra o governo Bolsonaro é exatamente a política da frente ampla, defendida pelo PCdoB. Devido ao próprio caráter eleitoreiro desse tipo de frente, é impossível que uma aliança com o Rodrigo Maia (DEM-RJ) e outros elementos do regime político se desenvolva no sentido de uma luta real contra a extrema-direita.

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