Na última terça-feira (5), no final do carnaval, a Polícia Militar reprimiu foliões na Zona Oeste de São Paulo com bombas e balas de borracha. A atriz Thaís Campos Soares, que foi atingida na costela, disse que a PM apareceu “já tacando bomba e sem conversar com ninguém”, “Começaram a dar tiro, spray de pimenta. Bem truculento”.
A diretora do bloco Agora vai, Paula Klein disse que, por conta da chuva, o bloco encerrou mais cedo e que todas as orientações previstas para a dispersão haviam sido seguidas: “Já estava acontecendo a dispersão natural. Não precisava atuar de modo truculento, estávamos dentro do horário. Fomos conversando com os nossos foliões e havíamos liberado a via.”, segundo ela, a PM chegou as 22h30 e, sem sequer perguntar, começaram a atirar e a jogar bombas no restante dos foliões.
Thaís foi prestar queixa na 3ª Companhia do 4º Batalhão da PM, em Perdizes, responsável pelo patrulhamento da área, onde, depois de se envolver numa discussão, foi ameaçada por um PM. Quando questionou o motivo do tiro que havia levado, a justificativa do PM era que aquele é um “direito previsto pelo artigo 5º da Constituição, das pessoas que pagam IPVA de passarem com seus carros ali, o direito das pessoas de ter o seu devido descanso” sendo que, de acordo com várias testemunhas, a rua já estava liberada.
“Aponta o dedinho não, se aproxima não. Você vai tomar um atropelo aqui, estou falando para você, toma distância. Não tenho nenhuma cerimônia em quebrar cara de mulher, não. Você presta atenção.” disse o PM.
Thaís e as outras pessoas que foram feridas irão denunciar o caso.
O governador de SP, o golpista João Dória, disse que “condenamos é o que esse grupo fez e as ameaças que promoveu. A polícia agiu de forma correta, pronta resposta. De forma correta e preventiva, sem violência, usando os instrumentos que o protocolo estabelece”. Depois, tentou se explicar dizendo que não havia visto o vídeo mas que os foliões “promoveram arruaças, não queriam sair do local e ameaçaram um dos policiais”.
Foram no mínimo 5 bombas de gás lacrimogênio, uma escopeta com balas de borracha, spray de pimenta, os escudos e cacetes numa ação sem qualquer justificativa e que terminou em declarações fascistas tanto da PM quanto do governador.
Fica evidente o caráter fascista da PM, principal fonte de agressão contra as mulheres, sendo o braço armado do Estado para reprimir a população, especialmente pobre, negra e feminina, por isso é preciso lutar pela dissolução da PM e da organização de milícias populares para desempenhar a função de segurança nos bairros e comunidades.