“Família nota mil”. “Parabéns aos meninos!. Estamos juntos”, assim se referiam Flávio Bolsonaro e Rogéria Bolsonaro, aos PMs apontados em esquema de milícia, em reportagem de Constança Rezende, Uol, 25/08/2019.
A tal família nota mil, no dizer de Flávio Bolsonaro, são os policiais militares gêmeos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira, e ainda a irmã de ambos, Valdenice Meliga, presidente do PSL no município do Rio de Janeiro, em que, juntamente com o Jair Bolsonaro e ainda Rogeria Bolsonaro, tinham por rotina juntos conviver e se confraternizar, como o ocorrido em 1º de Outubro de 2017, aniversário dos Policiais Militares gêmeos, em que foram prestigiados com as presenças dos então deputados, Flavio e Jair Bolsonaro, hoje, Senador e Presidente do Brasil.
Embora presos sob suspeita de prática de extorsão contra comerciantes – soltos ao final de 2018, por decisão liminar da justiça – ao menos um dos policiais, Alex, acredita-se que se livrará dos possíveis entraves na esfera judicial e pretende, nas próximas eleições, ser vereador no Rio.
Conta, pra isso, com apoio da irmã, presidente do PSL, e uma das principais assessoras de Flávio Bolsonaro. Alex participou da campanha nacional do PSL no último dia 17, para conseguir novos filiados para a sigla.
O “Gabriela Residencial”, sem estar autorizado pelo poder público, sem a infra-estrutura resolvida, mesmo assim empreendimento imobiliário, era vendido pelos irmãos PMs ao preço de R$ 600 mensais por lote. Pelo fato de o empreendimento não estar autorizado pelo poder público, irregular portanto, os policiais driblavam a ilegalidade pagando R$ 1 mil mensais de propina a policiais civis, para não serem incomodados, segundo a Polícia Federal.
Mesmo diante de diligências e prisões realizada por agentes desta Subsecretaria de Inteligência, PMs voltaram a atuar exatamente da mesma forma, demonstrando total desrespeito pela Justiça. Esse sentimento de impunidade se acentua e se respalda na prática rotineira da corrupção ativa, tendo a certeza que os agentes públicos corrompidos não irão atuar de forma repressiva”, disse a denúncia do Ministério Público.
Alan e Alex soltos por liminar da Justiça, tem interrogatório marcado para o próximo dia 4 de setembro como réus no processo que respondem por organização criminosa.
Se sentimento de impunidade já era grande à época da denúncia, muito mais agora devem estar seguros, em momento que podem se confraternizar, não mais com os deputados à época, Flávio e Jair Bolsonaro, mas com os agora, Senador e Presidente da República do Brasil, Flávio e Jair Bolsonaro.
Ainda mais segurança devem ter, já que são “família nota mil”, no dizer do então deputado, hoje senador Flávio Bolsonaro.