Na noite desta quinta (25), Silmara Congo da Costa, 49 anos, coordenadora da Ocupação Mauá, e Adriano Alves da Silva, 41, morador da mesma ocupação, foram presos pela Polícia no centro da capital paulista, acusados de “furto de energia elétrica”.
Os policiais se aproximaram inicialmente com o pretexto de que o espaço seria usado como “rota de fuga” para ladrões. A acusação foi feita por dois investigadores da Polícia Civil, que teriam entrado em um estacionamento ao lado da Ocupação Prestes Maia, na Rua Brigadeiro Tobias, alegando averiguar uma denúncia de que o espaço estaria sendo usado como “rota de fuga” para furtadores de celular que atuam na região.
Segundo Ivaneti de Araújo, a Neti, 48 anos – liderança do movimento de moradia que foi levada à delegacia como testemunha – ao verem que o estacionamento não poderia servir como rota de fuga, os investigadores passaram a procurar outras irregularidades no local, como ela relata:
“Entraram numa discussão de que o estacionamento não pode ser comercializado. Mas no estacionamento tem umas oito pessoas que trabalham lá, e geram emprego e renda para a própria pessoa que está morando na ocupação. Estão alegando que isso é crime. Mas o dinheiro não vai para a ocupação, vai para as pessoas que trabalham ali.”
Isso mostra que a prisão foi política – não tinha nada a ver com ladrões de celulares – e sim com o esmagamento do movimento pela moradia da região de Mauá, em São Paulo.
Conforme fala a advogada Vivian Marconi, isso demonstra um agravamento da ação da Polícia contra as ocupações no centro de São Paulo. “Como existe uma orientação do CNJ [Conselho Nacional e Justiça] recomendando que não haja reintegração de posse durante a pandemia, eles estão fazendo o que podem para desarticular, fragilizar e macular a imagem dos movimentos de luta por moradia”, pondera.
O episódio é mais uma demonstração de que o Estado burguês tem como propósito de existência massacrar a população mais pobre. A Polícia – tradicional organização de extermínio de negros e trabalhadores – utilizou de uma ”brecha” na lei para prender militantes de esquerda que lutam pela moradia.
Finalmente, trata-se de uma ordem do governo genocida de João Doria (PSDB), o palhaço assassino que é vendido como ”científico” pela imprensa burguesa, mas realiza prisões políticas como essas, muitas no ano de 2020 e a tendência é que em 2021 só aumente.
Para deter os despejos e a perseguição ao movimento pela moradia, é preciso ir as ruas por Fora Bolsonaro e Fora Doria, genocidas inimigos do povo!