O desaparecimento do jovem Carlos Eduardo dos Santos Nascimento, de 20 anos, visto pela última vez em um bar de Jundiaí-SP, é uma síntese do crime organizado que impera nos órgãos de “segurança” em todo o Brasil, onde todas peças se movimentam de alguma maneira para manter o massacre da juventude negra e pobre.
De acordo com relatos, o rapaz estava em um bar com amigos no dia 27 de dezembro de 2019, quando uma viatura parou próxima ao estabelecimento e abordou o mesmo. Vale lembrar que ele era o único negro da mesa. Pouco depois os policiais levaram-no à viatura onde seria levado a uma averiguação. No entanto, desde então não há mais notícias a respeito do jovem. Evidentemente seu pai, desde então, foi à delegacia prestar queixa do desaparecimento de seu filho ocorrido pelas mãos do estado. Ele alega que na ocasião não houve uma data estipulada para o início das investigações, embora houvesse um indício muito claro de homicídio, o que bastaria para iniciarem-se buscas imediatamente. Contudo, estas iniciaram-se tão somente 6 dias após a ida deste senhor à delegacia.
Uma vez identificados os PMs e a viatura onde o jovem entrou, a medida da corporação foi tão somente afastá-los das ruas e remanejá-los para trabalhos administrativos do batalhão. Ainda assim, o pai de Carlos Eduardo foi ao batalhão dos mesmos homens que sumiram com seu filho e obteve como resposta o fato de não ter havido registro de abordagem policial com o rapaz.
Esse lamentável caso que se repete diariamente nas periferias das grandes metrópoles nos mostra a falta de interesse das instituições burguesas para deter o massacre da juventude negra e pobre, de modo que especialmente a Polícia Civil não agiu com a urgência que o caso exigia e exige, sabe se lá o motivo dessa demora. Tal fato é um banho de água fria na crença pequeno-burguesa de que a desmilitarização da PM nos conduziria a uma polícia civil temente à constituição e aos direitos fundamentais, quando na prática apenas mudaria o uniforme – afinal são braços armados da burguesia.





