Uma das características mais determinantes de uma sociedade capitalista é sua divisão em classes sociais. Esta característica esta ligada a uma serie de problemas existente nessa sociedade e uma delas se refere a uso da força e violência.
A violência, do Estado ou paraestatal, não é destinada à resolução dos problemas da população, que possui problemas relacionados à habitação (onde morar), ao trabalho (quais condições de trabalho), a saúde (assistência hospitalar), etc.
Ou, mais claramente definido, é destinada para a defesa dos interesses da média e alta burguesia nacional, detentora dos meios de produção de riqueza do país, sejam ligados aos setores primário, secundário ou terciário.
Evidentemente, sabemos que o uso da força – policial ou não – é permitido e controlado por esta última classe da sociedade, que impõe suas vontades políticas, econômicas, de organização social, etc. a todas as demais classes do país.
É possível ver esta política em ação quando, de vez em quando, esta burguesia perde o controle do uso de sua violência classicista, seja ela praticada diretamente por órgãos do estado nacional, como Policia Militar, ou por suas milícias caseiras, como os grupos de seguranças armados, “protetores” do patrimônio burguês.
Assim como se viu na loja do Carrefour em Porto Alegre, onde dois membros destas milícias assassinaram a golpes de mão um cidadão negro daquela cidade, representantes destas milícias atacaram duas mulheres em Cuiabá esta semana, as acusando de furto no Assai Atacadista, famoso comercio daquela cidade. As mulheres relataram que ao passar pelo caixa, onde pagaram por suas compras, foram surpreendidas por pelos seguranças dessa loja que as agrediram de diversas formas.
Assim, sabemos que estas notícias chegam até nós como a ponta de um “iceberg”, pois casos como este ocorrem todos os dias em todos os municípios do pais, mas que por vezes estas milícias perdem o controle e atacam a população a luz de todos os olhares, evidenciado o que são é a que estão destinadas.
Desse forma, ao contrário do que diz a imprensa golpista, estes não são casos isolados e que, em algumas vezes, saem dali pessoas humilhadas, agredidas e até mortas. Muito pelo contrário, isso mostra o modo de funcionamento da burguesia nacional, que diante de uma crise econômica e de saúde não pensa duas vezes para instruir suas milícias, de estado ou civil, para pisar na população.
É preciso que as organizações de esquerda, como os sindicatos, partidos políticos, associações de bairros, movimentos sociais, etc. esclareçam a população sobre este método de esmagamento da população, evidenciando o quanto estas milícias estão às ordens dos patrões e dispostas, a qualquer custo, a apoiar as políticas que a burguesia define.