Que as vítimas preferenciais do aparato policial repressivo do Estado são homens jovens, negros e pobres, não é novidade pra ninguém. O dado novo fica por conta de que o número de vítimas mortas por intervenção policial é maior até mesmo do que o número das vítimas de homicídios dolosos no Estado de São Paulo. Ou seja, morrem mais pessoas pelas mãos da polícia do que pelas mãos dos “bandidos”.
Segundo o estudo da socióloga Samira Bueno, fica claro a influência racista no uso da força letal pelos órgãos de repressão do Estado. “Alguns desses policiais eram parabenizados pelo seu comando quando uma ocorrência terminava com a morte do suposto agressor”, disse a pesquisadora.
A pesquisa revelou também que de 3107 óbitos que se teve acesso, 943 eram pessoas com menos de 17 anos, ou seja, quase um terço das vítimas letais da polícia eram menores de idade.