Mais uma da Polícia Militar, desta vez a do Paraná, bem lá em Curitiba: policiais executaram quatro jovens, sendo dois deles menores de 14 e 16 anos, ajoelhados, de mãos para cima – e foram filmados. E depois atiraram com balas de borracha contra moradores e familiares dos garotos que protestavam no bairro do Parolin.
Na noite de sábado, (28/09), quatro jovens moradores do Parolin foram executados a tiros pela polícia, sem nenhuma abordagem anterior. A polícia alega que houve perseguição e troca de tiros, pois o carro em que estavam os rapazes era roubado. Já os moradores dizem que os jovens não estavam armados e que foram executados ajoelhados.
Os moradores do Parolin, perto das 20h, fecharam ruas em protesto contra o que consideraram execução a tiros pela polícia. Uma das moradoras à frente do protesto disse que os jovens não reagiram, que não houve confronto e somente perseguição policial. “Existem vídeos que mostram duas crianças, um deles de 14 anos, ajoelhado com as mãos para cima e foram executados assim pela polícia,” disse a moradora que não quis se identificar.
A mãe de um dos jovens que morreu disse que a execução foi a sangue frio e pediu justiça. “Eu tenho vídeo gravado eles executando meus filhos. Estavam num carro que era roubado, mas não sabiam. Eles pegaram o emprestado. Fazia 4 dias que esse carro estava roubado e não sabiam. A policia nem abordou, fizeram perseguição. Meu filho tem 14 anos e outro tem 16 anos. Quero justiça.” Em uma postagem na internet, amigos dos meninos fizeram uma homenagem citando os nomes de Eduardo Augusto, Felipe Bueno de Almeida, Gustavo Bueno e Lele.
Polícia fere moradores que estavam protestando
Ao longo da noite, quando os moradores faziam um protesto pacífico, a polícia chegou atirando bala de borracha e feriu várias pessoas. Uma jovem que não quis se identificar falou com a redação do Brasil de Fato Paraná e relatou que foi ferida no braço e nas costas com bala de borracha e disse que o local virou uma praça de guerra. “Neste momento a polícia está entrando e atirando dentro da vila,” disse. Imagens chegaram também com ferimentos de outros moradores que foram atingidos por balas de borracha.
Baseado em texto publicado originalmente no Brasil de Fato
Assim como no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, onde a PM chega atirando à esmo do alto de um helicóptero contra a população indefesa de comunidades pobres, e da PM de São Paulo, que mata mais em um ano do que as polícias dos 50 estados dos EUA, a PM do Paraná mostra que não é diferente. Em todo lugar, a Polícia Militar é uma polícia assassina que foi criada para dar combate ao povo, é uma polícia contra o povo, especialmente pobre e preto. É preciso que a PM seja extinta em todo o País e substituída por uma organização de autodefesa do próprio povo.