Em Salvador, capital da Bahia, a cidade com a maior população de negros no Brasil, a estudante de Produção Cultural na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Thaís Vieira, 21 anos, usou uma rede social para relatar que foi impedida de entrar no campus da Instituição na última quinta-feira (18). Por ser véspera de feriado, os policiais baianos disseram que não teria aula e assim o seu acesso foi negado.
A jovem ainda afirma que teve sua mochila revistada, foi ameaçada de ser levada à Delegacia em uma viatura policial e os agentes usaram o cano de uma arma para tocar na sua guia de Omolu, que Thais usa no pescoço. Para a estudante, ser impedida de entrar na Instituição que estuda só foi aconteceu por ser uma mulher preta e candomblecista. “Minha denúncia é de racismo, machismo e intolerância religiosa. Somos alvos da polícia, independentemente de sermos universitários”, completou a estudante.
A jovem deu queixa na 7ª delegacia de Polícia, na Corregedoria da Polícia Militar em Salvador e manifestou interesse em acionar o Ministério Público da Bahia (MP-BA) nos próximos dias.
Diante da comoção popular a UFBA emitiu uma moção de repúdio afirmando que “a Congregação e o Departamento de Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia reafirma seu repúdio ao evidente abuso de autoridade policial, por entender que a estudante foi – sem motivo cabível – constrangida, ameaçada e impedida de entrar na Instituição, da qual é aluna regularmente matriculada.”
Assim funciona o sistema capitalista. Os negros são tão oprimidos pela sociedade de classe que a polícia, inimiga do povo, impede uma aluna de entrar na própria universidade em que estuda.