Nas cidades de Ariquemes, Machadinho d’Oeste e distrito do Quinto BEC, localizadas no Estado de Rondônia, policiais militares formaram uma milícia que presta serviços de pistolagem a fazendeiros da região. A milícia é comandada pelo PM Claudenir do Quinto BEC (dono de uma autoescola no mesmo distrito) e pelo PM Arruda do Grupo de Operações Especiais. A milícia também contrabandeia armas e munições para os fazendeiros.
A milícia foi contratada pelo latifundiário Tiago Lopes Moura, herdeiro das terras da fazenda Jatobá, localizado a cerca de 45 km de Machadinho do Oeste. As terras ocupadas por esta fazenda são fruto de grilagem de terras da União.
Intimidações, assassinatos, torturas e perseguições contra camponeses são os tipos de serviços prestados pela milícia aos fazendeiros. Estes contam com a cumplicidade e apoio do sistema judiciário, da polícia civil, do comando da polícia militar e dos políticos locais. Mesmo crimes amplamente noticiados e que repercutiram nacionalmente cometidos pelos milicianos e latifundiários jamais foram investigados e seus autores punidos. Em 2015, um grupo de 12 pessoas invadiu um acampamento de camponeses na fazenda e procederam à tortura e roubo. Um camponês teve a orelha queimada com um isqueiro e outro apanhou de facão. Ninguém foi processado e punido, ainda que a polícia tinha achado as armas e roupas usadas na ação na sede da fazenda Jatobá.
Os camponeses, indígenas, quilombolas e sem-terra devem formar comitês de auto-defesa para resistir à ofensiva dos latifundiários e seus pistoleiros, que se organizam com o apoio das instituições do Estado, notadamente a polícia militar e o sistema judiciário.