Bombas estourando, tiros, vidros e garrafas quebrando. Muita gritaria. É a Polícia Militar e Guarda Civil em ação conjunta pelo terceiro dia consecutivo, para reprimir violentamente os foliões do carnaval no Largo da Ordem, em Curitiba (PR). Pela terceira noite consecutiva neste Carnaval 2020 o Largo da Ordem, na região central de Curitiba, virou palco de batalha.
A forte repressão teve início por volta de 22h45 pela Guarda Municipal e a Polícia Militar (PM), fortemente armadas, despejando balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Nas redes sociais, algumas pessoas que estavam em bares do Largo da Ordem e entorno relatam estar presas nesses estabelecimentos, tentando se proteger enquanto os ânimos não acalmam.
PM e Guarda Municipal fortemente armadas, buscaram mais reforços, A Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) e a Cavalaria da Polícia Militar chegaram para reforçar a repressão. Foliões desarmados não se intimidaram. Dispersos por alguns minutos, voltaram a se reunir nas proximidades da Casa Romário Martins. Mesmo desarmados encararam as milícias armadas. O Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) também foi chamado, o que mostra o furor dos órgãos de repressão que antevêem o massacre de foliões.
Tropas de Choque e cavalaria, um histórico de massacres
Álvaro Dias, então governador em 1988, violentamente reprimiu professores com a cavalaria da Polícia Militar. Em Abril de 2015, Beto Richa/PSDB, sob as ordens do secretário da segurança pública, Fernando Francischini, deixou mais de 200 professores feridos. Em comum, os mandantes da repressão, Beto Richa, Francischini, Álvaro Dias, são filiados ao PSDB, PSL, Podemos, PSD, todos bolsonaristas, adeptos de que a questão social deve ser encarada como caso de polícia. Carnaval também.
Na madruga de terça, muitos estabelecimentos comerciais foram saqueados. Por volta das seis horas, o entrevero ainda continuava entre pessoas que estavam por ali e agentes da Guarda Municipal de Curitiba.
Para problemas sociais, a Prefeitura de Curitiba anuncia a receita de sempre. Mais policiamento no Largo da Ordem para hoje e os próximos dias. Polícia Militar, e Guarda Municipal, são milícias armadas, para defender os interesses de classe da burguesia. Essa repressão mostra que a burguesia odeia o carnaval. Não suporta ver o povo tomar conta das ruas.