Novos protestos tomaram as ruas norte americanas contra a violência racial da polícia norte americana. Desta vez manifestantes inundaram as ruas de San Bernardino na Califórnia, um dia após a morte de um homem negro pela polícia.
Dezenas de manifestantes Black Lives Matter se reuniram em frente à loja de bebidas King Tut em San Bernardino na noite de sexta-feira, 23 de outubro para protestar contra a morte de Mark Matthew Bender, um homem negro, que foi baleado e morto lá por um policial um dia antes.
Veja vídeo:
De acordo com o portal de notícias RT: “ As filmagens mostram manifestantes gritando “F ** k the police” e outros slogans em apoio à desapropriação e dissolução da força policial.
“Podemos tirar o dinheiro da polícia! Podemos dissolver a polícia! Podemos abolir a polícia, não precisamos desses filhos da puta, não precisamos deles! ” bradou um orador no comício com uma multidão aplaudindo.
A polícia disse que o incidente se desenrolou quando um policial solitário estava respondendo a uma denúncia de que um homem estava causando estragos no estacionamento da loja de conveniência. A mulher que ligou disse ao 911 que o homem estava armado, “pulando em cima dos carros” e “ficando louco”.
Imagens de câmera de corpo divulgadas pela polícia mostram um policial se aproximando de um homem negro vestindo uma camiseta branca e shorts pretos, que a polícia disse se encaixar na descrição do suspeito. O oficial chama o homem, dizendo-lhe para colocar as mãos no ar para que possa vê-los. Bender grita: “Por que você está com uma arma contra mim?” mas parece obedecer, levantando brevemente as mãos. Momentos depois, o homem aparentemente muda de ideia e abaixa as mãos, enquanto continua caminhando, dizendo ao policial perseguidor “Não me toque”. No momento seguinte, o oficial salta sobre Bender por trás, tentando subjugá-lo enquanto diz a ele para ficar no chão. No confronto seguinte, o suspeito luta contra o policial, sacudindo-o com relativa facilidade.
Outro vídeo divulgado pela polícia parece mostrar Bender pegando algo de sua cintura, provavelmente uma arma. A polícia disse que uma “arma carregada” foi recuperada do local após a briga.”
Veja os vídeos: O primeiro link mostra a abordagem policial, https://www.instagram.com/tv/CGtF9TbFJUG/
No segundo, a reação e a morte do homem negro
Este recente caso demonstra mais uma vez que a enorme maioria da população americana quer a dissolução da polícia americana. No caso da morte de Bender, a direita norte americana já se antecipou na defesa da polícia norte americana, justificando que o assassinato se deu em legítima defesa do policial.
Frente aos escabrosos abusos da polícia norte americana, às centenas de assassinatos cruéis e covardes da polícia racista dos EUA, qual o negro que em sã consciência deixará se dominar por um policial para uma suposta simples averiguação?
Sabendo que corre o sério risco destes serem seus últimos minuto de vida.
No Brasil a mesma situação se repete, com a diferença de que as manifestações contra os abusos e assassinatos da PM, são esparsos e pequenos.
Os números no Brasil não deixam dúvidas de que a situação é mais grave que nos EUA. De acordo com reportagem da Agência Brasil (Setembro de 2019), em 2018, dos 343 policiais civis e militares assassinados, 75% dos casos ocorreram quando estavam fora de serviço, 257 no total e não durante operações da instituição, outros 104 policiais cometeram suicídio e 87 morreram em supostos confrontos,
Em contrapartida, nos supostos confrontos entre policiais e supostos bandidos, 6.133 foram os mortos não policiais, uma média de 17 assassinatos por dia. Nos supostos confrontos, entre os “mocinhos”, os policiais, contra os supostos bandidos, pouco mais de 1% foram os policiais, os mortos. Os 99% dos mortos foram gente do povo pobre e trabalhador, em sua maioria jovens e negros. O perfil das vítimas: 99,3% eram homens, quase 78% tinham entre 15 e 29 anos, e 75,4% eram negros.
Os números são acachapantes. Não merece o nome de confrontos. Indicam uma verdadeira guerra, uma operação de extermínio em massa do gente do povo pobre do Brasil.
Tanto nos EUA, como no Brasil a frente de toda essa matança está a Polícia, uma verdadeira organização de extermínio da população trabalhadora, pobre e negra que precisa ser dissolvida por meio da mobilização popular e substituída por policias municipais sob o estrito controle dos trabalhadores por meio de suas organizações operárias e populares.