O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) denunciou hoje que 20 policiais fascistas invadiram casas no acampamento Quilombo Campo Grande, no município de Campo do Meio, no sul de Minas Gerais, no começo da manhã.
Segundo relatos de acampados, os agentes entraram nos imóveis que ficam no limite da sede, armados de fuzis e pistolas, quebrando portas e janelas. Eles prenderam o acampado Celso Augusto, conhecido como Celsão.
“Sete carros de polícia entraram nos nossos acampamentos, invadiram a casa do nosso companheiro Celso. Esse companheiro tem problemas psiquiátricos, mora conosco e nós cuidamos dele há quase 20 anos. Coagiram ele, foram quebrando janela, arrebentando a porta e [Celsão] acabou sendo preso e levado pela polícia”, denunciou Tuira Tule, da coordenação do MST.
João da Silva, conhecido como Joãozinho, também denunciou a invasão covarde de sua casa, tendo sido ameaçado mesmo como idoso.
“Tive minha casa invadida, fuviaram minha casa toda. Teve um menino que passou mal, eu também não fiquei bom. Minha mulher também esteve ruim. Vou pedir para o governo do estado ou federal: na hora que quiser mandar a polícia lá em casa, manda uma pessoa sozinha, porque nós não devemos nada à polícia”, disse o acampado.
A ação ocorre em meio a uma escalada do fascismo no Brasil, na América Latina, do Norte e no mundo. Os despejos de famílias em meio a pandemia são criminosos e estão ganhando força nos números a cada dia. Este da vila de moradores e da escola do acampamento, emitido pela Justiça estadual mesmo sob decreto de calamidade pública em Minas Gerais, por causa da pandemia de coronavírus, é mais uma ação nazista da justiça e do governo contra a vida dos trabalhadores da terra.