Na madrugada desta quinta-feira (7), Forças do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), promoveram o despejo de um grupo de indígenas da etnia Embera, que ocupavam moradias no bairro Candelaria La Nueva, na capital Bogotá.
Estes indígenas haviam sido vítimas de deslocamento forçado de suas regiões de origem, em decorrência da ação de forças paramilitares que têm estreita relação com as forças policiais e as Forças Armadas. Em Candelaria Na Nueva, ocuparam uma série de apartamentos, reclamando seus direitos constitucionais de proteção à vida e moradia.
Há vídeos e denúncias circulando nas redes sociais de policiais da Esmad atirando nos indígenas com equipamento de efeito moral. Os despejos seguem acontecendo na Colômbia, apesar da proibição em vigor neste momento da pandemia do coronavírus.
A Organização Nacional Indígena da Colômbia manifestou repúdio à atuação repressiva do Estado. Diversas organizações e representantes dos povos indígenas estão denunciando os despejos que ocorrem em todas as regiões e localidades do país. Cidades como Bogotá, Cúcuta, Cali, entre outras, já vivenciaram despejos.
Os indígenas não se sentem amparados pelo governo Ivan Duque. Pelo contrário, as forças policiais, dirigidas por ele, são as responsáveis por proceder aos despejos.
A ditadura da extrema-direita colombiana promove frequentes massacres contra a população indígena, os camponeses e os opositores políticos. São amplamente denunciados os assassinatos políticos no país de lideranças da esquerda e dos movimentos populares. Membros do partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum, a antiga guerrilha FARC, têm sido exterminados cotidianamente.
Em todos os massacres, é notável a participação de forças paramilitares e as Forças Armadas da Colômbia. Em geral, os paramilitares se nutrem do apoio das forças de repressão estatal.
Os despejos contra os povos indígenas são expressão de um governo ditatorial, que promove a expulsão da população pobre de suas moradias e os atira às ruas, isso em meio à catástrofe social causada pela pandemia do coronavírus. O governo Ivan Duque é reconhecido como alinhado aos interesses e à política externa dos Estados Unidos. Inclusive, há cinco bases militares americanas instaladas em território colombiano e as agências de espionagem e informação dos EUA possuem grande penetração em todo o Estado.
É preciso que as entidades de defesa dos povos indígenas convoquem uma ampla mobilização popular pela derrubada do governo Iván duque e que expulse o imperialismo de todo o território colombiano. A submissão aos ditames do imperialismo é o fator fundamental que causa a opressão e a miséria para o povo colombiano.