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Brasil 35

Partido da Mulher Brasileira?

Partido da Mulher Brasileira, o novo 35, nunca foi pelas mulheres.

No domingo, dia 30/07/2022, o diretório do Partido da Mulher Brasileira (PMB) escolheu Wilson Witzel para candidato ao governo do Rio de Janeiro.  

As opções eram Wilson Witzel ou o Coronel Emir Laranjeira. Gostaríamos de esclarecer que essas pessoas são do sexo masculino, e que nunca passaram por tratamento ou cirurgia de mudança de sexo, embora nome do partido seja esse mesmo, Partido da Mulher Brasileira.

Wilson Witzel, o escolhido, foi governador do Rio de Janeiro pelo Partido Social Cristão e sofreu impeachment em 2020 por crime de responsabilidade, fraudes nos contratos de organizações sociais de saúde (OSS) na pandemia. Ele foi julgado por cinco deputados e cinco juízes, e a decisão foi unânime.  Além do afastamento, ele ficou inelegível por cinco anos, e desde então está tentando reverter a decisão. Ainda assim, é candidato. 

Witzel, que antes de governador foi juiz federal, além de fraudes em contratos das OSS, enquanto governador também  orientou a polícia militar do Rio de Janeiro a matar os pobres, dizendo: ‘A polícia vai mirar na cabecinha e… fogo’. 

Emir Laranjeira por sua vez é coronel reformado da Polícia Militar, e sua principal bandeira para o governo do Rio de Janeiro é a atuação dos policiais militares… Ou seja, é um pior que o outro!

Mas, e o Partido da Mulher Brasileira? Segundo o site do PMB, em 2008 o partido foi criado por uma militante das causas sociais. “Suêd Haidar, mulher, negra e mãe brasileira” (Suêd foi filiada ao PDT e ao PCdoB anteriormente), cujo sonho era criar um partido político que garantisse a representação das mulheres no congresso nacional, e em todos os setores, mas sem excluir a representação masculina. Segundo Suêd, “O PMB é uma legenda capaz de defender o reconhecimento não só da mulher, mas também dos homens, garantindo em um mundo globalizado, o desenvolvimento do país como um todo”. 

Sobre a ideologia do PMB, diz: “O PMB é um partido de centro, que pretende impulsionar a política nacional de forma a determinar a busca dos seus principais eixos de luta como a valorização social, moral, profissional e política da mulher, bem como a integração da sociedade, visando alcançar por meio de medidas econômicas, sociais e políticas, o desenvolvimento nacional sem o caráter excludente e/ou discriminatório de quem quer que seja”.

E sobre os objetivos: ”O PMB busca o reconhecimento, a consolidação e a valorização da mulher, sem a exclusão masculina no cenário de um mundo globalizado que pressupõe a igualdade dos direitos, se empenhando integralmente para garantir a soberania e o desenvolvimento do Brasil de forma pacífica e democrática, tendo como foco um país socialmente justo e igualitário. Por fim, nosso partido luta para que a nação brasileira, sua história e as riquezas sejam preservadas, mais apreciadas e com total independência”.

Candidata do PCO: “Simone Tebet não representa as mulheres”

O PMB conseguiu sua legalização em 2015, e desde sempre se mostrou um partido nem de longe de centro, mas sim um partido de extrema direita  que prega entre outros “o amor à Pátria” e a reintrodução da “Educação Moral e Cívica” no currículo escolar, assim como na época da ditadura militar.

Nas pautas do PMB não consta a defesa do direito ao aborto, pauta primordial de um partido que pretende a inclusão das mulheres na politica, de um país justo e igualitário. 

O Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo do PCO, por sua vez, não é um coletivo de mulheres identitárias loucas que são contra os homens, mas somos contra a demagogia de um partido que se diz da Mulher Brasileira e que apesar de ter uma mulher como presidente, é dominado por homens. Partido que reúne mais homens como líderes nos diretórios estaduais do que mulheres, que tem mais homens candidatos para cargos majoritários, e que são do tipo fascista Witzel. Pior: um partido que não defende nenhuma das reivindicações históricas do movimento feminino, como o direito ao aborto seguro e gratuito, mas sim um partido que luta pela preservação da estrutura opressiva do lar, da sociedade e do Estado, que sempre esteve contra a emancipação das mulheres.

O PMB é um partido que preza na verdade o conservadorismo, não as mulheres, e logo após sua legalização tinha 22 deputados, sendo que apenas duas eram mulheres. Partido que serviu de passagem para driblar a legislação eleitoral e cobrar pedágio. 

E atualmente, a presidente do PMB tem a seguinte explicação para os homens continuarem sendo maioria tanto em número quanto em poder no partido: “A mulher candidata tem que sair, colocar gasolina, atravessar bairro, ruas e cidades para levar sua proposta. Como não tínhamos mulheres no nosso quadro com essas condições, acabamos afirmando mais uma vez que o homem tem mais tempo para isso”. É uma vergonha para nós mulheres essa desculpa, porque denuncia mais uma vez que é um partido eleitoreiro, e não preocupado com as mulheres de verdade. 

O PMB ainda é o partido que pautou a entrada do ilegítimo presidente fascista Jair Bolsonaro (mesmo que em 2018 tenha apoiado Haddad pois “Jair Bolsonaro pode afundar o Brasil em um caos sem precedentes”), e para tal tentou mudar o nome do PMB para Brasil 35, o que não foi aprovado pelo TSE.

Além de Witzel, Coronel Emir Laranjeira, o PMB abriga também Abraham Weintraub e seu irmão Arthur; já teve Major Olimpio (PSL), Cabo Daciolo. É um partido artificial criado pela burguesia golpista e pelo imperialismo. Não passa de uma legenda de aluguel que abriga alguns dos piores bandidos políticos do País. Serve apenas para fazer uma demagogia barata em nome das mulheres, enquanto trabalha para ajudar a esmagar os seus direitos.

Abraham Weintraub, filiado ao PMB e candidato ao governo de SP.

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