O atual líder em exercício do governo Espanhol, Pedro Sánchez, fracassou na votação do parlamento e não obteve maioria dos votos para a posse como chefe de governo. O Podemos, com quem Sánchez já negociava desde a última sexta-feira (19), se absteve. Agora, tudo depende do apoio do Podemos para a votação de segundo turno, que pode mudar seus votos de abstenção para votos favoráveis.
Ao que parece, o Podemos não quer um simples papel de figuração no governo, por isso ainda sustenta o voto de não e Iglesias, chefe do Unidas Podemos não descarta as possibilidades de não apoiar, afinal, para ele, sem um governo de coalizão, Sánchez não presidirá. Outro problema que Sánchez encontra é com os grupos que apoiam a questão da Catalunha. Sánchez é contrário à principal reivindicação dos separatistas, que é o referendo de independência da Catalunha.
Se essas negociações continuarem travadas, Sánchez teria seu segundo fracasso na carreira política e ele próprio reconheceu isso em seu último discurso, ao dizer que “É certo que corro o risco de ser o candidato à presidência que sofre duas investiduras fracassadas. Sempre encontro o mesmo obstáculo”. Ao que parece, o mesmo obstáculo se refere ao líder do Podemos, Iglesias, que não quis formar governo com o PSOE em 2016.
Agora, Sánchez terá a oportunidade de mostrar seu comprometimento com as questões catalãs, já que nesta terça-feira (23) se iniciam os debates sobre a Catalunha. Nessa intensa crise política que a Espanha passa, cabe a Sánchez conseguir um acordo concreto com os partidos de esquerda, cedendo à esquerda, já que a burguesia tem investido forte contra ele.