A Polícia da Militar da Bahia espancou e prendeu um jovem, menor de idade, na última quarta (21) no bairro do Cabula, em Salvador. Os policiais pararam o jovem que estava de moto e seu irmão e teriam identificado que ele estava sem habilitação para pilotar. A partir de vídeos feitos pelo irmão do jovem e de pessoas que estavam na rua foi possível ver a ação violenta dos policiais.
O jovem foi ameaçado diversas vezes pelos policiais, ao invés de ser orientado, nos vídeos se ouve os policiais ameaçarem o jovem diversas vezes:
“Sua moto vai e, se você tirar mais onda aí, você vai cair no pau e eu vou te levar para delegacia. Duvide aí, duvide aí”.
“Acabou, ligue para quem você quiser. Fale mais aí. Vá para a mala, na presença de todo mundo. Vou botar ele na mala ali e vou levar ele para a delegacia por desacato. Acabou. Não tem muita história não”.
O jovem fala que teria perdido a sua habilitação e que não precisavam prender a moto e nem utilizarem de violência, assim como as pessoas na rua que presenciaram toda a ação, também afirmaram.
Entretanto, após instaurada uma discussão, como se vê nas palavras dos policiais decidiram por acabar com a situação determinando a prisão do jovem por desacato, o qual teria se negado, pelo que foi enforcado e espancado pelos policiais.
A ação registrada nas ruas de um bairro popular de Salvador é apenas mais uma da típica violência da PM, que utiliza qualquer argumento para espancar e prender, principalmente jovens e negros. Na ocorrência os policiais justificaram que “é crime, dirigir sem carteira” porém, esse é apenas um argumento para acabar uma ocorrência usando o poder da violência.
A PM tem sido utilizada pela burguesia para aumentar a repressão contra a população durante a pandemia, atacando cotidianamente a classe trabalhadora que está enfrentando uma situação lastimável com a pandemia do coronavírus, com as demissões em massa e o fim dos programas sociais. Assim, a polícia cumpre o papel de conter a revolta da população explorada, por isso, até em situações banais como uma ocorrência de trânsito, tem se utilizado a PM e seus esquadrões especiais, os esquadrões da morte.
A pandemia tem sido utilizada pela burguesia para cassar os direitos democráticos da população, tanto de formalmente, com leis, decretos e normas, como de fato, no dia a dia das ruas, e para isso o papel das forças de repressão, PM e guardas municipais, tem sido fundamental para a classe dominante.
Desta forma, a única política que confronta essa lógica e leva à população uma proposta para resolver a violência que recai sobre a classe trabalhadora é a extinção da PM e de todas as polícias, a criação de comitês populares de autodefesa aonde os próprios moradores de uma rua, de um bairro, sejam os responsáveis por garantir a sua própria segurança.