Trabalhadora doméstica denuncia em Capim Grosso, municipio da Bahia, que policiais militares invadiram sua residência, agrediram e torturaram seus filhos durante horas. Segundo Jucide Silva, a PM justificou a invasão de sua casa pois estavam procurando um homem chamado Marcelo. Nenhum mandado de busca foi apresentado, apenas a truculência nazifascista do apareto repressivo estatal, mas o pior ainda estava por vir. Ela conta:
Relato da brutalidade
“O meu filho de 21 anos, Jeanderson, tinha quebrado a perna há dois meses. Ele foi torturado na minha frente com uma mangueira. Pedi que parasse, porque ele estava com a saúde frágil. Ele soltou meu filho e botou a mangueira na cabeça do outro. Aí esse outro filho, de 26 anos, Gedson, eu vi desmaiando.”
“As armas de tortura eles acharam aqui em casa“, conta Jucide. Ela afirma ainda que os policiais também ameaçaram quebrar a perna do filho mais novo, além de agredirem o ex-companheiro dela e o pai dos rapazes.
”Acho que por morarmos em um bairro pobre e sermos uma família de negros, acontece muito. Foi muita agressão e tortura. Não aguento ver um policial na minha frente que a cabeça dói”, conta Jucide sobre o episódio. “A gente continua com medo. Estou em busca de justiça pelo que passei. É para eu me sentir segura dentro da minha residência. É traumatizante. Só sabe quem passou e viveu“, desabafou
Método deles e violência aumenta com o regime golpista
A trabalhadora está correta em associar sua classe social e cor com a repressão da polícia, afinal de contas, a polícia brasileira é a que mais mata pobres e negros no mundo. É exatamente esse o cotidiano da Polícia Militar, esse é o método deles, batem primeiro e depois perguntam, torturam quem não conhecem, simplesmente pelo fato da pessoa não morar em bairro nobre, como Alphaville. Com a burguesia, a polícia é bem dócil.
Diante do aprofundamento dos ataques do governo fascista de Jair Bolsonaro, presidente ilegítimo que subiu ao cargo através da destruição causada por um golpe de estado aplicado pelos partidos burgueses de direita (PSDB, DEM, MDB), a tendência é que a própria violência policial e episódios semelhantes a esses irão se multiplicar, na medida em que a extrema-direita avança dentro do regime político.
Uma palavra de ordem imediata: dissolução da PM
Fundamentalmente, qualquer reinvidicação popular pela derrubada do governo golpista de Bolsonaro passa inevitavelmente pela dissolução da PM, uma verdadeira organização de extermínio da população trabalhadora, que precisa ser dissolvida por meio da mobilização popular e substituída por policias municipais sob o estrito controle dos trabalhadores por meio de suas organizações operárias e populares.