Da redação – Mais uma vez a Polícia Militar mostra para quem trabalha. Em Belo Horizonte, em sua região metropolitana, em uma localidade chamada São João das Bicas , desde 2017 famílias de sem terras ocupam uma área que pertence ao empresário Eike Batista, conhecido por seus negócios de licitude duvidosa.
Os acampamentos do MST Pátria Livre e Zequinha, desde 17 de dezembro, têm sido alvo da ação ilegal da Polícia Militar. Neste dia, a PM invadiu os acampamentos e os cercou com a tropa de choque e sua usual violência para com a população.
No mesmo dia, à tarde, as famílias das crianças que comemoravam uma formatura na Escola Elizabeth Teixeira foram humilhadas pela PM, que tentou os interrogar em plena comemoração escolar. E continuando sua ação intimidatória , na madrugada, mais uma vez ilegalmente invadiu o local e retirou a bandeira do MST, violando a portaria que permite a ocupação do local.
A PM os ameaçava , abordando-os com violência e proferindo palavras humilhantes às mulheres conforme relatos. Os acampados, sentindo-se ameaçados, agora andam em grupos e evitam sair à noite.
Sem nenhuma ordem judicial o local está cercado e as pessoas impedidas tanto de vir quanto de ir, ferindo frontalmente a legislação, uma vez que nenhuma ordem judicial foi proferida. O que existe em termos legais é uma ordem de vistoria que será realizada em 21 de janeiro e uma audiência de conciliação para o dia 23 no fórum da região.
A justificativa dada pela PM é de que a finalidade de sua presença e ação seria a “proteção das famílias”.
A ação da PM mais uma vez mostra a quem essa corporação presta serviço. A intenção é clara: intimidar os acampados para que desistam de ali permanecerem e recuem na audiência de conciliação que está marcada para janeiro.
Ações como estas mostram a necessidade de dissolução da Polícia Militar, corporação treinada para reprimir o povo e intimidar a população toda vez que os interesses de seus patrões , a burguesia urbana e agrária, forem ameaçados. Mostra também a necessidade do armamento do povo para a sua autodefesa, pois embora as famílias sigam corajosamente ocupando os locais e produzindo seus alimentos, pode-se esperar ataques violentos e assassinatos como se tem visto rotineiramente desde que o governo fascista de Bolsonaro subiu ao poder.