!Trabalhadores negros relatam que tiveram seu dinheiro rasgado durante abordagem da Polícia Militar. Já são dois casos documentados pelo portal Ponte Jornalismo. Na noite do dia 20 de fevereiro, na zona sul de São Paulo, o ator negro Ronald Silveirah, de 19 anos, foi interrompido pela PM enquanto ia para o ponto de ônibus. Além de o agredirem fisicamente, os policiais tomaram seu dinheiro por suspeita de tráfico. Dos R$ 1.050 que o jovem carregava, fruto de 15 dias de trabalho como assistente de pedreiro, R$ 155 foram rasgados e botados em seu bolso, o resto foi levado pelos policiais. Além disso, seu cartão foi quebrado e seu RG também rasgado. No outro caso, as vítimas foram um casal de moradores de uma ocupação na região da Mooca na zona leste, que tiveram o dinheiro destruído, mesmo ele sendo destinado à compra de um botijão de gás e conquistado no trabalho de limpador de para-brisa de carro no farol. O terror da polícia é tamanho que o homem preferiu não se pronunciar publicamente, a denúncia só foi possível pela confissão de sua esposa a um padre, que relatou o ocorrido.
Não se tratam apenas de casos isolados, ou de pessoas más dentro da corporação. A incessante violência da polícia militar demonstra mais uma vez que se trata de uma organização de tortura e execução do povo, em especial da juventude negra e trabalhadora brasileira. O atual regime golpista e fraudulento que tem como figura central Jair Bolsonaro, homem que sempre defendeu o esmagamento da população, financia o desenvolvimento e mantimento dos castigos corporais advindos da escravidão e da ditadura militar. Além do mais, dá carta branca para a violência genocida da PM contra o povo indefeso, que aumenta descontroladamente desde o golpe de 2016.
A PM age como uma engrenagem do estado burguês, assim, segue a sua orientação para conter a população pobre e trabalhadora. Dessa forma, o problema não é cultural, e precisa ser considerado em seu contexto na luta de classes. Nenhuma reforma educacional ou melhora na qualidade de vida de policiais é uma medida efetiva que atinge o problema em sua raiz, e sim, medidas eleitoreiras e superficiais.
Portanto, é necessário lutar pela dissolução da PM, pelo seu fim absoluto, o que seria um grande passo para a garantia dos direitos democráticos do povo. Assim como, lutar pelo direito de autodefesa da população, para que ela possa se defender diante dos ataques da arma fascista do estado. Tal direito só pode ser concretizado com o armamento do povo, e com a organização de milícias populares independentes do Estado burguês, as quais consolidariam ações diretas e autenticamente proletárias contra a democracia burguesa. É com esse intuito que PCO faz uma enorme convocação a todas as organizações da esquerda brasileira para a formação de uma frente única em Comitês de Auto Defesa e pelo Fora Bolsonaro!
