A Polícia Militar de São Paulo cometeu mais um assassinato na noite da última terça-feira (10) em Diadema, Grande São Paulo.
Bruno Gomes de Lima (23 anos), estava indo para casa de um amigo de moto quando foi abordado por policiais militares. Sua mãe diz que o jovem estava sem a carteira de habilitação e documentos. Não se sabe ao certo o que aconteceu, mas o jovem foi alvejado por um tiro no pescoço disparado pelos PMs, com o objetivo expresso de executá-lo.
Os policiais militares alegaram que Bruno não obedeceu a ordem de parada. Em um determinado momento, conforme a versão oficial, o jovem teria investido contra os policiais, tentando alcançar a arma de um deles. A execução caracterizaria, segundo a concepção dos PMs, um “auto de resistência”, que é quando o agente age para se defender de um agressão e fica livre de qualquer responsabilidade sobre o ocorrido.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a execução será investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
A morte do jovem comprova que a Polícia Militar é uma máquina de assassinato contra a população negra e pobre das periferias de todo o país. A PM executa uma política de terrorismo de Estado, que se materializa na intimidação, ameaça, humilhação e extermínio permanentes contra a população indefesa. O eixo fundamental de atuação da PM é manter a pobreza sob pressão permanente. O mecanismo jurídico do “auto de resistência”, criado no período da ditadura militar, é uma forma de legalizar o assassinato cometido por agentes do Estado.
O que se vê é que os motivos mais fúteis são utilizados para justificar as execuções. E as investigações contra os policiais nunca resultam em condenações. E, se por acaso chegam a condenar os PMS, a própria Justiça se encarrega de garantir que as sentenças não sejam cumpridas ou até mesmo de anulá-las.
É preciso exigir a imediata dissolução da Polícia Militar e de todo o aparelho repressivo para impedir que os massacres contra a população negra e pobre continuem a ocorrer. Trata-se de uma reivindicação democrática para garantir o direito à vida da população negra, que representa mais de 50% da população brasileira.
A ditadura militar criou a PM exatamente para cumprir a atual função que desempenha com maestria, que é a de manter a população em um estado de terror e reprimir duramente todas as lutas dos trabalhadores.