A grande imprensa fez uma reportagem na manhã desta quarta-feira (dia 02/01) em que ela divulgou, sob a devida permissão, imagens de uma câmera de segurança do km 16 da rodovia Castelo Branco, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. As imagens revelam o exato momento em que dois policiais militares mataram a tiros um suspeito que passava pelo local na hora em que eles praticaram o crime.
Na tarde de segunda-feira (31/12), o soldado Mike Fritz Oliveira Gouveia e o PM Fabio Luciano Silva faziam uma patrulha próximos à rua Rio de Janeiro, quando foram abordar um trio que se encontrava naquela área. O trio tentou escapar, mas eles conseguiram pegar um dos homens.
De acordo com a versão dos policiais, o suspeito tentou atirar, o que teria motivado o disparo contra a vítima. No entanto, o delegado responsável pelo caso e o próprio vídeo desmentem essa versão, pois as imagens mostram que a vítima tinha sido rendida pelos PMs e que ela estava desarmada. Além disso, o suspeito foi assassinado a menos de 1 metro de distância dos policiais, sendo que os próprios PMs tinham colocado a arma na mão dele após a execução. Os dois agentes respondem pelos crimes de homicídio qualificado, denunciação caluniosa e fraude processual.
O delegado responsável pelo caso pediu a custódia dos PMs pela Corregedoria da Polícia Militar, para (segundo ele) evitar que, caso os policiais continuem atuando nas ruas, venham a cometer mais crimes. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) deixou uma nota de apenas dois parágrafos dizendo que a PM acompanha o caso e que “não compactua com desvios de conduta, apurando todas as ocorrências com máximo rigor”.
O flagrante da execução de um homem por parte de uma corporação pertencente ao setor público é uma amostra de como funciona os mecanismos do Estado capitalista, no qual todas as ações de esfera política são direcionadas para atender exclusivamente a classe dominante: a burguesia. Ainda que, para isso, seja necessário lançar mão da força, isto é, das forças de repressão do Estado (Polícia Civil, Polícia Militar, Forças Armadas, etc.).
O capitalismo, através da exploração do trabalhador pelos patrões, é a grande fonte de pobreza e miséria. E essa condição de miséria, na qual vive grande parte da população, é o que desperta o sentimento de injustiça e revolta. A rebelião da população pobre e negra se manifesta, muitas vezes, através do envolvimento na criminalidade (roubos, assaltos, latrocínios, etc.) e no tráfico de drogas. No entanto, o Estado burguês responde a essa situação através de sua campanha de “guerra ao tráfico” e de “combate ao crime”, sendo que, na verdade, esses termos são maneiras sutis de se silenciar a voz dos oprimidos, reprimir a população que está sendo esmagada pelo regime sem, contudo, acabar com a desigualdade que é produzida pelo sistema.
Por isso, o Partido da Causa Operária (PCO), com base na teoria marxista, defende o fim de todas as Polícias. Ao invés disso, o Partido é a favor da formação de milícias operárias, nas favelas e bairros populares, para que a população seja capaz de realizar a sua autodefesa, nomeando e fazendo a gestão de pessoas que sejam conhecidas da própria localidade ao longo do processo. Dito isso, o PCO também defende o direito ao armamento de toda a população, para que o morador pobre das periferias consiga se defender da truculência e das arbitrariedades do Estado.