Da redação – A Polícia Militar atacou um bloco de pré-carnaval no Largo da Batata, Zona Oeste da capital paulista, no último sábado (08). A 1ª CIA do 23º BPM, com reforço da Tropa de Choque, foram deslocados até o local e dispersaram a população com o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo.
A Prefeitura de São Paulo, atualmente comandada por Bruno Covas (PSDB), emitiu nota e afirmou que o bloco de carnaval de rua não tinha autorização para desfilar e destacou a Guarda Civil Municipal (GCM) para atuar em conjunto com a PM. A Prefeitura havia proibido o uso de algumas vias para o Carnaval, atendendo a um pedido da própria PM.
A Secretaria de Segurança Pública de SP, comandada pelo governador fascista João Doria (PSDB) e a PM justificaram a ação, dizendo que havia arrastões, roubos e furtos na região. Informaram a prisão de três pessoas. Estas alegações não passam de falsos pretextos para justificar a repressão à população que quer ocupar as ruas para festejar e se manifestar.
Na verdade, a repressão no Carnaval é parte fundamental da política dos golpistas, que desesperadamente tentam impedir que a população manifeste seu repúdio ao governo Jair Bolsonaro e todo o bloco político golpista nas ruas. O Carnaval deste ano tende a ser mais politizado do que o do ano passado, por isso a repressão policial desencadeada de forma conjunta pelos governos de extrema-direita.
O golpe de Estado de 2016 desencadeou uma série de protestos que adquiriram expressão nas festas de Carnaval. Aconteceram protestos contra o “vampirão” neoliberal sugador de direitos – referência ao presidente golpista Michel Temer (MDB) – cantos de “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”, “doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano”, “Fora Bolsonaro!”, protestos pela libertação do ex-presidente Lula, manifestações em memória da vereadora Marielle Franco, referências à opressão das mulheres, negros, quilombolas e indígenas, referências às heranças da escravidão no país, apontamentos da ligação entre a família Bolsonaro e as milícias e esquadrões da morte no RJ.