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Movimentos não tão populares?

Plenária Nacional não adota defesa de Lula e nem sair às ruas

Setores da esquerda apostam na mesma política fracassada de seguir a reboque da burguesia e esperar que ela lute contra Bolsonaro

Com a participação de mais de 430 representantes de centenas de entidades realizou-se nesta quarta (dia 3) a Plenária Nacional de Organização das Lutas Populares.

Estavam representados mais de 300 entidades populares que integram a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, dirigentes de todos os Partidos de esquerda, da CUT, de outras “centrais”, do MST, do MTST, da Central de Movimentos Populares. A reunião debateu brevemente a situação política e discutiu iniciativas frentes a elas em torno de propostas, maioritariamente acertadas entre a direções das frentes que coordenaram a Plenária.

Desnorteamento

A reunião foi a primeira depois da maioria da esquerda, por meio de seus partidos políticos, mas também através das direções sindicais etc. ter estado ocupada com a fracassada operação de apoio ao candidato da direita golpista, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, na chapa organizada pelo ex-presidente e igualmente direitistas e golpista, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Essa operação expressava, no terreno parlamentar, a política de frente ampla com a direita golpista, há muito defendida no interior das organizações populares  pelos setores mis direitistas da esquerda, como o PCdoB, PSOL e direita do PT e foi um retumbante fracasso.

A maioria da esquerda defendeu essa politica de “unidade” com os golpistas que deram o golpe, aprovaram o impeachment da presidenta Dilma, apoiaram a criminosa operação lava jato que prendeu Lula e votaram m todas as medidas contra os trabalhadores como as famigeradas reformas trabalhista e da Previdência, o congelamento dos gastos públicos por 20 anos etc. Tudo isso em nome da necessidade derrotar Bolsonaro e seu candidato.

Na “hora H”, refletindo a divisão da burguesia diante do avanço da crise, os aliados “progressistas” da direita racharam com a esquerda e se bandearam quase que em sua totalidade para o lado do bloco do centrão apoiado pelo próprio Bolsonaro. E até mesmo depurados da esquerda se articularam com a direita e o centrão na busca frenética por cargos, como no canso da deputada Marília Arraes (PT-PE) eleita segunda secretaria da Mesa, com os votos do centrão e bolsonaristas contra o candidato indicado pelo seu partido.

Da mesma forma, os defensores da “frente contra Bolsonaro” se juntaram no apoio ao candidato bolsonarista no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Em ambos os casos repetiu-se a política das eleições municipais de 2020, quando a esquerda seguiu à reboque da direita golpista a pretexto de combater Bolsonaro. Se uniu a bolsonaristas e outros direitistas, agindo mão de sua independência de classe.

Essa situação que mostrou claramente que a direita está disposta a continuar sustentando Bolsonaro e até mesmo a apoiar sua reeleição, caso não consiga impedir que a disputa se dê entre ele e um candidato da esquerda, deixou a esquerda pequeno burguesa sem rumo, uma vez que contava com o apoio de setores da burguesia para colocar em marcha uma “campanha” pelo Fora Bolsonaro, o que não se mostra minimamente viável nesse momento.

“Resfriamento”

Essa política de seguir à reboque da direita, provocou um “resfriamento” da campanha pelo “Fora Bolsonaro”, como admitiu o representante da Frente Povo Sem Medo, Rud Rafael, que interviu na reunião; campanha que – de fato – nem chegou a se “esquentar”, sendo realizada com métodos típicos das campanhas da burguesia, com carreatas, atos sem ampla convocação e atividades na internet.

Mesmo com diversas intervenções destacando a importância de chegar até a população, a reunião se limitou a apoiar as atividades que o presidente da CUT, Sérgio Nobre, anunciou que são sendo realizadas nas quintas-feiras, quando sindicalistas vão às ruas, em algumas capitais, em carros de som fazer discursos e distribuir materiais em pontos de grande concentração em torno dos eixos definidos pelo movimento, como a defesa da vacina já, a luta pelo impeachment de Bolsonaro e pelo auxílio emergencial de R$600.

O encontro aprovou um Calendário com inúmeras datas com um “dia nacional de mobilização”, no qual – como nas demais datas – a esquerda não se mostra disposta a ir alem do quase nada que vem fazendo no último período.

Também não se viu muita disposição de seguir o Conselho de Lula, em recente entrevista, de que é “preciso deixar de chorar no zoom e sair às ruas”.

Lula, ignorado

Em um momento de completa desmoralização da criminosa operação lava jato, parte da desmoralização e crise geral do regime golpista de Estado, impulsionada pelos vazamentos das conversas criminosas do ex-juiz fascista fascista Sérgio Moro, dos procuradores federais, orientados pelo Departamento de Estado dos EUA, liderados por Deltan Dallangnol e outros, a Plenária deixou de lado a luta fundamental pela anulação de toda as condenacões da lava jato e a consequente devolução dos direitos políticos de Lula, conforme defendido na reunião, exclusivamente,  pelo representante do PCO, companheiro Antônio Carlos Silva, membro da executiva nacional do Partido.

O pretexto apresentado para que o tema sequer fosse discutido pelos demais, foi apresentado no final com a consideração de que só se poderia discutir o que unificava e o que era considerado “emergencial”, o que evidencia no interior do movimento há setores que não vem na luta pelos direitos políticos da maioria liderança popular do País, como uma luta fundamental, não para Lula, mas o conjunto do povo brasileiro. E tampouco, como uma questão fundamental, diante da necessidade de unificar, na mobilização, os explorados e suas organizações diante do colossal avanço da crise.

Claramente essa posição majoritária nas direções da maioria dos partidos da esquerda evidencia um enorme distanciamento dessas em relação ao mundo real, aos trabalhadores e às próprias entidades que representam, uma vez que seria difícil imaginar uma única reunião democrática de qualquer entidade realmente popular em que sendo apresentada a proposta da defesa dos direitos políticos de Lula e de sua candidatura presidencial, isso não recebesse o apoio de uma ampla maioria dos ativistas participantes.

Diferentemente da burguesia que entende que manter Lula distante é uma questão fundamental para dar prosseguimento ao seu regime político de expropriação e morte do povo trabalhador, boa parte da esquerda não consegue ver a além da “bolha” (como eles gostam de definir o limitado círculo da esquerda), enxergar o papel mobilizador que tem a figura de Lula, capaz de ser uma ferramenta fundamental para impulsionar a mobilização necessária para enfrentar e superar a etapa de derrotas atual e para impulsionar a luta por um programa próprio dos explorados diante da situação.

Calendário Aprovado

04/mar – Dia de Mobilização Nacional das Centrais e dos trabalhadores das estatais

07/mar – Live Nacional Unificada do 8 de Março (à tarde)

07 a 14/mar – Jornada Nacional Feminista 

8 a 22/mar – Jornada de Luta do MAB – Movimentos dos Atingidos por Barragens

14/mar – Dia internacional de luta contra as barragens, pelos rios e pela vida

17/mar –  Bandeiraço e Faixaço da Jornada Nacional em defesa do serviço público

22/mar – Dia mundial da Água

24/mar – Dia Nacional de ALERTA em defesa da educação escolar básica, pública e estatal – (Convergir nesta data como Dia Nacional de Mobilização)

28/mar – Dia Nacional de coleta de Solidariedade (articulada com à campanha ecumência da fraternidade das igrejas cristãs)

7/Abr: Jornada Mundial anti-imperialista pela vacina para todos: denúncia dos governos de países ricos e dos laboratórios.

7 a 11/Abr: Jornada em defesa da vacina, do SUS e da saúde do povo.

17/Abr: Mobilizações do Dia internacional de luta campesina.

1/Mai: Mobilizações do Dia do Trabalhador

Foram aprovadas ainda Reuniões organizativas por região e dos comunicadores:

9/mar, 9h – Sul

10/mar, 9h –  Nordeste 1 (BA, SE, AL, PE)

10/mar, 18h – Reunião Nacional de Comunicadores

11/mar, 9h – Nordeste 2 (PB, RN, CE, PI, MA)

12/mar, 9h – Sudeste

15/mar, 9h – Centro-Oeste

17/mar, 9h – Norte

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