Enquanto a curva de infectados e mortos por complicações de COVID 19, está cada vez mais próxima do limite atmosférico e o SUS (Sistema Único de Saúde) totalmente sobrecarregado, as principais operadoras de saúde se recusam a negociar com a ANS (Agência Nacional de Saúde), em caso de pacientes inadimplentes. A proposta do órgão era de liberar 15 bilhões de reais, para que os beneficiários inadimplentes com os planos, não tivessem a assistência cancelada até o dia 30 de junho.
Em nota, FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) informa que o aumento de gastos assistenciais por causa da pandemia cria um desafio para adequar-se à sua receita, e o aumento da inadimplência só agravaria a situação, ou seja, o velho conflito das empresas entre receita x despesas.
A forma de atendimento e administração de cobranças por parte das grandes operadores de saúde não irá mudar, mesmo com a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. E não teria motivos para pensar o contrário, uma vez que tratam-se de corporações capitalistas, e como todo capitalista que se preze, a premissa é o lucro superando os custos, e o modus operandi da burguesia é a mesma, independente do nicho econômico em que atuam, que é se aproveitar de crises para lucrar mais. Em outras palavras, ou paga, ou você poderá conhecer mais rápido o lado metafísico da vida.
Todo esse caos joga luz para um aspecto fundamental, mas que não é difundido pela imprensa golpista: se “mão invisível do mercado” de fato comandasse o capitalismo, os preços de planos de saúde e serviços despencaria nesse momento, já que doentes não faltam durante a pandemia. Mas o que vemos, é uma especulação aberrante e um governo mais disposto a negociar com a elite, do que destinar recursos para a área da saúde pública.
O setor da saúde é de vital importância para a sociedade, ao ponto, de ser inaceitável a existência de empresas que prestam atendimentos para a área da saúde, uma vez que isso na prática, torna-se uma elitização da vida, pois apenas quem pode pagar, tem chances de receber tratamento adequado para a sua patologia. Dessa forma, como ficam as pessoas que não tem condições de pagar por um tratamento médico?
É por essa razão, que é de extrema importância uma política de estatização do sistema de saúde para garantir o atendimento universal e igualitário a todos – Desde de hospitais, à laboratórios médicos e indústria farmacêutica.
E também, mediante a todo esse cenário escatológico, onde existem alternativas de soluções, mas sem governantes com interesses de colocar em prática – pois não atendem às metas da burguesia parasita – é a necessidade da criação de conselhos populares nos bairros periféricos, para que seja reivindicado através da mobilização, que os governantes adotem medidas que de fato irá salvar a vida do povo, pois sem esse tipo de movimento, é impossível evitar a catástrofe que será com a disseminação deste vírus no país, pois será o mesmo que permitir, que o sistema capitalista escolha quem irá viver ou morrer, pelo o que consta em sua conta bancária.
