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Tucanos contra o povo

“Plano SP” avança genocídio do PSDB contra o povo

O Plano SP representa a inércia intencional e mascarada para a continuidade do genocídio.

Com o anúncio do retorno às aulas em outubro (mês no qual as mais atuais pesquisas médicas da USP, por exemplo, prevêem a chegada do sinistro marco de 200 mil mortos no país), o governo de São Paulo deu mais uma demonstração de como funciona o Plano SP. O retorno estava planejado para setembro, mas a “prudência” levou o governo, assim como seus prefeitos aliados, “civilizados e científicos” gestores que são, a “adiar” a medida – que sequer deveria estar sendo considerada possível diante do quadro pandêmico atual, seus efeitos e previsões acerca.  

Devemos nos lembrar alguns outros exemplos de medidas conduzidas no interior do tal Plano SP. Em 27 de julho, por exemplo, o estado de São Paulo havia contabilizado o aumento no registro oficial diário de mortes por COVID-19. Até 16 de julho, a média de óbitos diários tinha atingido um recorde, mantendo-se acima de 200 mortes diárias por 50 dias consecutivos, desde 28 de maio. 

Nas duas semanas que antecederam o dia 27, esta média elevou-se para 270 por dia. Neste mesmo dia 27 de julho, o governo reduz a taxa mínima de ocupação de leitos em hospitais para 60% para que as cidades ingressem na chamada “fase amarela”. Esta medida não foi desacompanhada da mediação cínica por parte da imprensa burguesa e golpista, que anunciou os dados da seguinte forma, como consta no G1: “O estado de São Paulo registrou 70 novas mortes por Covid-19, elevando a média móvel para 270 mortes por dia nesta segunda-feira (27). O índice cresceu 2% em relação a 14 dias atrás, o que indica estabilidade” [grifo nosso]. Além de desonesto, chega a ser quase insultante que os dados sejam apresentados como índice de “estabilidade”, em alinhamento ideológico total com o tal Plano SP. 

O resultado “ornamental” da redução baseada apenas na porcentagem de leitos ocupados é que diversos municípios foram automaticamente movidos da “fase laranja” para a nova “fase amarela”, que, também de acordo como Plano SP, enseja então a reabertura dos comércios, reabertura gradual de escolas e a aceleração (em sua imaginação, aparentemente) da chegada à “fase verde”, que seria a “normalidade” recobrada. Assim, de um único salto temos 86% dos municípios na nova “fase amarela” (nove regiões passaram para esta classificação), independente da aceleração do contágio e dos óbvios, como já constatado pelos dados divulgados até mesmo na mídia burguesa. 

Houve até mesmo municípios que, com a cosmética medida, passaram diretamente da “fase vermelha” à mesma “fase amarela” – como no caso de Ribeirão Preto e Piracicaba. Em termos factuais, o resultado é que nada efetivamente se modificou na situação concreta do quadro de disseminação do vírus e das mortes nesses locais – pelo contrário, o genocídio segue seu curso, mas agora, é um “genocídio amarelo”. A questão é que essa exigência formal era a manobra necessária para promover a reabertura das escolas independente de quais são os reais efeitos de uma consideração tão irresponsável. Esta é sua figuração no Plano SP. É seu “amparo” ideológico, reforçado inclusive pelo  artificial e estratégico “comedimento” ao “adiar” para outubro o que estava planejado para setembro. 

Não devemos nos esquecer que este foi o mesmo modus operandi do tal Plano SP (também com o apoio cínico da mídia burguesa) ao prever, no início de junho, que o mês teria “de 1,7 a 2,4 vezes mais casos de coronavírus do que em maio. No entanto, o comitê de saúde estadual defende que a pandemia está desacelerando porque o aumento é menor que o verificado no mês anterior” [grifo nosso], como consta em matéria do G1 à época. Tais previsões foram as razões para a flexibilização do isolamento promovido naquela ocasião, cujos resultados nos conduziram exatamente ao genocídio que presenciamos sob o colorido guarda-chuva do governo estadual, dos municípios e da mídia hegemônica. Como podemos conferir, o cinismo midiático operou exatamente como opera agora. Entrega os dados sob uma névoa de interpretação pusilânime, “despretensiosa”, totalmente descolada de uma crítica real e claramente de joelhos aos interesses de suas respectivas classes (e do atual estado em seu apoio).

Os mesmos pesquisadores que prevêem que atingiremos os 200 mil mortos em 15 ou 16 de outubro haviam previsto que atingiríamos os 100 mil entre 8 e 9 de agosto “as tendências não mudarem”. Elas não mudaram, e não acenam mudança alguma. O Plano SP é esse: fingir o tempo todo que tudo está sob controle, ao passo que o controle é destruído progressivamente pela inocuidade intencional das (des)medidas governamentais.

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