As famílias acampadas no acampamento Lula Livre em Orojó, município de Camumu (Bahia), foram ameaçadas por pistoleiros a mando de latifundiários da região. Camamu fica no Sul da Bahia, próximo ao Rio Orojó, que desemboca no Oceano Atlântico.
A fazenda foi ocupada (Fazenda São Cosme) pelo Movimento dos Sem-Terra foi um latifúndio abandonado de 160 hectares de terra, ao qual foi ocupada por 150 famílias, essas famílias reivindicam que a razão social da terra seja cumprida, ou seja, produzir alimentos saudáveis para o abastecimento alimentar dos brasileiros.
As ameaças dos pistoleiros não são uma novidade, haja visto a enorme quantidade de acampamentos ameaçados e atacados pelos jagunços dos latifundiários. Elas fazem parte de uma verdadeira guerra organizada pelos coronéis e suas milícias armadas contra os camponeses brasileiros.
Essa guerra é uma guerra muito particular, onde somente um dos lados está armado, somente um dos lados recebe o apoio do aparato de repressão estatal brasileiro como as polícia militar, polícia civil, polícia federal, exército etc, somente um dos lados recebe o apoio do congresso nacional, do poder judiciário etc. Ou seja, não se trata de uma guerra efetivamente, mas um verdadeiro massacre contra os camponeses pobres, que muitas vezes são expulsos de suas terras, sofrem diversos tipos de dificuldades para sobreviver no campo e quando conseguem se organizar num movimento e ocupar um pequeno pedaço de terra para sobreviverem com o próprio trabalho, sofrem diversos tipos de violência que vão desde de ameaças constantes, até a massacres como os que ocorreram em Eldorado dos Carajás e em Corumbiara.
A única alternativa para os sem-terra se defenderem desse verdadeiro massacre, que tende a aumentar, com a polarização política e o desenvolvimento da extrema-direita bolsonarista é a autodefesa dos trabalhadores. Ou seja, o MST e outras organizações camponesas precisam desenvolver grupos de autodefesa, com a posse de itens de defesa, como as armas de fogo, inclusive.
Não será o pacifismo da esquerda, nem as instituições completamente dominadas pela burguesia e pelo golpismo que defenderão os camponeses dessa violência, mas somente os próprios camponeses.