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Na prática estamos em recessão

Pior queda histórica, analistas preveem 11,1% de retração do PIB

Produção em queda, crise avança sobre empregos e salários

Novamente o Banco Central divulga previsões de recorde negativo na economia. O Boletim Focus, divulgado todas as segundas-feiras, é a reunião de estimativas com as quais trabalham as principais instituições financeiras do país. Essas projeções são feitas a partir da mediana agregada dos principais indicadores da economia, IPCA; PIB; Taxa Selic; Taxa de câmbio; Balança Comercial; e, principalmente, as expectativas que essas empresas financeiras têm sobre como o mercado se comportará. Essas informações ajudam a orientar os investidores e o governo. Não são informações exatas, como temperatura e velocidade dos ventos, elas incluem muito do jogo do mercado e algumas apostas que os famosos analistas de mercado fazem no seu dia-a-dia.

E, de novo, o Banco Central mostra que a economia vai de mal a pior. Evita falar em recessão, mas se o governo fosse um pouco mais à esquerda, os jornais estariam estampando em manchetes com letras garrafais que a recessão já chegou. Isso porque “segundo a estimativa mediana de 39 analistas, a economia brasileira vai afundar 11,1% em relação ao primeiro trimestre, na comparação dessazonalizada” (Valor, 26/5/2020). O pior trimestre da história. No final do ano, espera-se que o PIB recue 5,89%. Se no ano passado se falou muito do “pibinho” do Guedes, que foi na ordem de 1.1% positivo, imagine o estrago que é um PIB negativo de quase 6%. Isso significa, na prática, a destruição de milhões de postos de trabalho, o fechamento de milhares de empresas e o empobrecimento generalizado dos trabalhadores. Uma verdadeira recessão.

O Banco Central também divulgou o tamanho da fuga de capitais. “Os investidores retiraram US$ 31,447 bilhões de aplicações financeiras no Brasil nos quatro primeiros meses deste ano, informou nesta terça-feira (26) o Banco Central” (G1, 26/5/2020). No ano passado, nesse período o trajeto era o contrário, entrou quase 10 bilhões de dólares. Mas esses não são números ruins se verificarmos que eles se referem basicamente a dinheiro que corre de um mercado para outro em busca de maiores juros e maior rentabilidade em bolsa, não são investimentos produtivos e não geram empregos.

A paralisação das atividades, de forma abrupta, é consequência das medidas de isolamento social que tiveram que ser adotadas. Mas os indicadores da economia já apontavam para um ano de recuo forte do PIB e de empobrecimento da população. Quer porque a crise econômica já estava instalada, quer porque o governo estava colocando em prática o maior ajuste neoliberal que o país já conheceu. A palavra de ordem da privatização ampla, geral e irrestrita já estava acompanhada de ações contra os direitos dos trabalhadores, medidas de redução salarial e ampliação da exploração do trabalho. A pandemia só veio acelerar esse processo. Por isso, mesmo reduzindo a Taxa Selic, que é um dos principais componentes da Taxa de Juros bancária, os juros para os pequenos não caiu. Ao contrário. Esperando dificuldades em pagar os empréstimos, já que a economia vai demorar a crescer, os bancos criam mais e mais dificuldades para as pequenas e médias empresas tomarem crédito.

O governo e as empresas financeiras escondem esses números e acabam preferindo divulgar as estimativas de crescimento para os próximos anos, como se o ano de 2020 não tivesse existido. Mas, mesmo assim, são números muito baixos de crescimento, mostrando que a crise vai demorar a se dissipar e suas marcas na economia vão ser, em vários casos, definitivas. Especialmente se o governo conseguir avançar em sua vontade de acabar com as empresas públicas e com os direitos trabalhistas.

Com as atividades quase paralisadas, os preços têm caído. Puxados pela queda nos preços dos combustíveis, “o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) caiu 0,59% em maio, segundo divulgou nesta terça-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)” (Globo, 26/5/2020). O que o IBGE não consegue mostrar é o drama dos mais pobres. Para a grande maioria dos trabalhadores os preços de alimentos e de produtos de primeira necessidade aumentaram muito, os produtos tiveram aumento significativo, assim como os custos de logística (entrega desses produtos aos consumidores), conforme relatam trabalhadores que vivem nas periferias. “Entre os itens com as maiores altas, destaque para cebola (33,59%), batata-inglesa (16,91%), feijão-carioca (13,62%), o alho (5,22%) e o arroz (2,59%)” (G1, 26/5/2020).

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