Com o aprofundamento do golpe de estado e com a ofensiva da direita golpista em todos os setores, as eleições desse ano serão uma fraude completa, uma manipulação em prol dos interesses dos golpistas de tentar dar uma aparência legal e democrática ao golpe. Desconsiderar esse fator decisivo é cair numa politica ilusória e de confusão a respeito das eleições, o que somente pode levar a uma derrota da classe operária e de seus movimentos de luta.
O primeiro fator que revela a fraude das eleições é o fato de que o principal candidato, com maior apoio popular está impedido de participar devido a um processo golpista que o colocou na cadeia. A direita forjou a perseguição politica contra Lula e o prendeu e agora quer toná-lo inelegível por saber que o ex-presidente representa uma ameaça real ao golpe, sua vitoria eleitoral representaria uma derrota aos golpistas.
Nesse sentido, mesmo que Lula participe das eleições, a disputa para que fosse eleito teria que ser muito grande. Basta lembrar a campanha de 1989, quando o ex-presidente tinha apoio de amplas parcelas do povo, da classe trabalhadora, movimentos sociais e sindicatos, mesmo assim foi derrotado devido a uma manipulação da direita, a qual utilizou-se da imprensa e de seus partidos para impedir que Lula fosse vitorioso.
Hoje, a campanha seria muito pior que em 1989. A direita já mostrou que não está para brincadeira; atacou a tiros a caravana do ex-presidente, assassinou a sangue frio representantes da esquerda, como a vereadora carioca Marielle Franco, isso sem falar nas inúmeras mortes de lideranças populares no campo que vem se intensificando cada dia mais após o golpe.
Por isso, cair na ilusão da democracia, em uma situação de golpe, de violência da direita contra o povo, é abrir caminho para uma completa derrota. O único caminho a seguir é o da mobilização. É preciso mobilizar o povo em defesa dos seus interesses, que hoje passam pela derrota do golpe e pela liberdade do ex-presidente Lula. É preciso exigir por meio da força popular que Lula seja candidato, que seja liberto e que seja eleito. A única linguagem que os golpistas entendem e a linguagem da força e a força dos trabalhadores é a sua mobilização revolucionária. Desse modo, é necessário apostar todas as fichas nesse caminho.