Na manhã dessa terça-feira (8/9) o Ministério Público autorizou para que a Polícia Federal do Rio de Janeiro fizesse uma busca e apreensão na casa do pré-candidato da Prefeitura da cidade do DEM, Eduardo Paes. O pré-candidato ao partido pertencente ao Centrão está sendo acusado, como de praxe, por corrupção. O processo é sustentado com a acusação de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo a Procuradoria Geral do Rio afirma “ter encontrado” que “elementos indicativos de que valores oriundos dos cofres públicos do Município foram desviados”. Já segundo a assessoria de Paes denunciou que é uma clara interferência no processo eleitoral.
Na esteira dos acontecimentos no poder público do Estado, o caso Witzel ao que tudo indica está se desenvolvendo em direção a Paes. Primeiro que o caráter do processo é totalmente político. Desde a ofensiva golpista, passando pelo processo do Mensalão, a derrubada de Dilma e a prisão e proscrição do Lula no cenário político veio sobre o mesmo véu, a denúncia da corrupção. Como já foi denunciado diversas vezes por este Diário tanto por outros setores democráticos e de esquerda, a denúncia de “corrupção” não é nada mais, nada menos, que uma perseguição política de um grupo político contra outro.
O que a assessoria de Paes tem razão em dizer que está claro que é uma forma de interferir na luta política. Eles só não explicam, claro, o porque. O que está em jogo é que a ala bolsonarista do regime político está procurando consolidar um domínio no poder estatal do Rio de Janeiro. Essa ofensiva do bolsonarismo é, basicamente, para fazer frente nas eleições de 2022 contra a poderosa máquina política do PSDB em São Paulo. Contra Doria ou alguém que seja lançado com o apoio de Doria, que representas essa máquina política no estado. É no marco desse enfrentamento, essa crise no bloco golpista, que deve ser encarada essa ofensiva contra Paes, isto é, o DEM/Rj.
É a mesma coisa que aconteceu com Witzel, que chegou às últimas consequências até derrubá-lo. No caso de Paes, mostra novamente o fracasso da Frente Ampla. Porque Paes é o favorito da esquerda pequeno-burguesa e frente amplista no RJ. O que foi demonstrado claramente com a substituição do PSOL/Rj, na figura do Eduardo Freixo, para uma candidatura secundária. Justamente para não ter condições de ir para um eventual segundo turno e se unificar na candidatura de Paes. Coisa que foi posta em cheque com esse processo.
Mas de forma nenhuma devemos cair na armadilha de falar quem é menos fascista, as duas alas são igualmente golpistas, tanto Paes quanto Crivella, que é o candidato aliado de Bolsonaro, são candidatos da direito. A única coisa que acontece é que há um divisão dentro da burguesia para saber quem vai ficar com a maior fatia do poder político e deve ser denunciado como tal. É, fundamentalmente e apenas, um problema de disputa pelo controle do aparato estatal.