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Sem paralelos

Petróleo a preço negativo pela primeira vez na história

Situação sem precedetes no preço do barril de petróleo, ocasionada pelas contradições do capitaismo em decomposição são também prenúncio de ataques severos conta trabalhadores

Em uma situação que tem tudo para se tornar anedótica do atual quadro de decomposição do sistema capitalista, o barril de petróleo foi negociado no mercado futuro com preço negativo: -37,63 dólares na bolsa de Nova Iorque, no pregão desta segunda-feira, 20 de abril, o que implicaria nos vendedores da commodity pagando a quem quisesse comprá-la. Com a paralisia da economia global, o consumo de petróleo reduziu-se drasticamente, a ponto de 160 milhões de barris estarem estocados no mundo, inclusive em navios tanques alugados emergencialmente para tal finalidade, dado o ineditismo da situação.

Uma consideração importante a ser feita a respeito disto é que não estamos falando de grupos quaisquer mas um dos principais setores da burguesia imperialista: as petrolíferas. Um setor altamente cartelizado, com quatro empresas (Chevron, ExxonMobil, Shell e BP) controlando 85% das reservas conhecidas de petróleo, a história deste virtual monopólio se confunde com a própria história da etapa imperialista do capitalismo, como é didaticamente apontado no clássico “Imperialismo, a etapa superior do capitalismo”, do grande revolucionário Lênin (que hoje, 22 de abril, estaria fazendo 150 anos). Destas 4, duas, Chevron e ExxonMobil, “descendem” da empresa do famigerado capitalista John D. Rockfeller, cujo monopólio do petróleo, a Standard Oil Company, acabou sendo dividida em diversas companhias menores que finalmente seriam reagrupadas em apenas duas companhias novamente, deixando inequívoca a tendência à monopolização do capitalismo, especialmente na etapa de decadência que marca o imperialismo.

Se este setor, forte o bastante para bancar governos, mobilizar guerras e promover golpes de Estado (inclusive no Brasil), se vê diante de tamanha crise, a ponto de seu principal produto precisar ser pago para que seja adquirido, temos então uma demonstração muito clara das razões que levaram o imperialismo a revisar sua política de quarentenas ao redor do globo terrestre. Com seu principal ativo desvalorizado em quase -116% no ano, as petrolíferas, cujos títulos na bolsa de valores de Nova Iorque amargam desvalorização de 50,49% ao ano para a ExxonMobil e 32,56% para a Chevron (o que coloca as duas entre as 5 mais desvalorizadas neste ano de 2020, na medição do Down Jones), demonstram estar numa situação muito periclitante para lidar com a paralisação da economia provocada pela política de quarentena, tal qual os bancos (que semana passada anunciaram quedas expressivas na sua lucratividade normal).

O desenvolvimento da crise impulsionada pela emergência do coronavírus precisa ser melhor acompanhado. As contradições que fizeram o imperialismo a elevar a produção de petróleo na Arábia Saudita e provocar um amplo estoque com essa situação tão sui generis coloca a crise capitalista num terreno muito fértil a especulações pouco concretas. Duas coisas, porém, podemos afirmar com muita segurança: a crise histórica do capitalismo explode por muitos poros. E a outra, se a saída para a crise não for pautada pelos interesses da classe trabalhadora, a dominação burguesa tenderá, fatalmente, a produzir uma catástrofe sobre a classe trabalhadora de proporções inéditas.

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