Com o golpe de 2016, a eleição fraudulenta de Bolsonaro e agora essa crise sanitária, a Petrobras vem sendo alvo de diversas políticas de desmonte e de privatização. Uma das medidas mais prejudiciais nesse momento é a exposição dos petroleiros ao vírus, pois não foi feita nenhuma medida por parte da direção para amenizar a contaminação.
Um dos casos mais alarmantes é o caso da plataforma P-77, no campo de Búzios (RJ), que está entre as bases que retornaram em escala normal de trabalho em meio à pandemia, mesmo apresentando muitos trabalhadores com teste positivo para Covid-19. Ainda assim, a diretoria golpista da Petrobras forçou todos a retornarem aos postos de trabalho, colocando milhares de petroleiros em risco.
A atual direção da empresa impôs o retorno no último dia 27 e estima que aproximadamente 70% dos cerca de 100 trabalhadores que se revezam à bordo são empregados terceirizados. Muitos trabalhadores acusaram positivo nos testes realizados, porém ninguém sabe ao certo o número exato de infectados.
Segundo Jancileide Morgado, diretora do Sindipetro-NF, a situação com os trabalhadores terceirizados é mais preocupante, pois ficam apenas 9 dias em casa em isolamento, graças à jornada, que tem 14 dias de folga mais perde-se muito com o deslocamento e alguns dias em hotéis para depois irem para a plataforma, o que os tornam mais expostos ao vírus.
A direção da Petrobras age como se a pandemia não existisse mais, pois a bordo estão o número normal de funcionários antes da pandemia, um absurdo, pois com o número normal não da para evitar as aglomerações, o que termina inviabilizando qualquer tentativa de promover o distanciamento social necessário.
O governo ilegítimo de Bolsonaro e a direção da Petrobras tem colocado os petroleiros em uma situação de vulnerabilidade muito expressiva para contaminações. É preciso que a FUP vá além da denúncia das condições de trabalho (que de fato são alarmantes), é preciso chamar uma greve para defender a vida dos trabalhadores.
Somente uma paralisação total da categoria vai colocar abaixo os desmandos dessa diretoria genocida, que coloca trabalhadores saudáveis com contaminados e não isolam ninguém. Uma política assassina, por isso é preciso que os trabalhadores ultrapassem as direções e deflagrem uma greve, para preservar seus direitos e empregos, pois a ameaça de privatização está a todo o vapor.