Sob o controle dos golpistas do governo Bolsonaro, a direção da Petrobras, presidida pelo economista neoliberal, Roberto Castello Branco, anunciou que irá cortar o salário dos petroleiros em até 50%!
A medida se baseia na desculpa da empresa de que, devido à crise, é preciso roubar ainda mais os trabalhadores “para a preservação do nosso caixa”, como afirma comunicado oficial.
Com ela, a empresa cortará até 50% das remunerações dos petroleiros. Isso sem nenhuma negociação com os sindicatos ou qualquer consulta à categoria. Isso porque além da redução de turno com redução de salário, a Petrobrás vai alterar turnos e fará trabalhadores perderem gratificações adicionais de 60% nas refinarias e de 95% nas plataformas.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denunciou que “Nenhuma dessas medidas foi negociada com os sindicatos… Eles estão impondo”, alerta José Maria Rangel, coordenador geral da entidade.
Petrobras utiliza a paralisia dos sindicatos para aumentar a exploração dos trabalhadores
Num cenário de paralisia da CUT, a direção da Petrobras se aproveita da crise gerada pela pandemia da Covid-19 para retirar direitos e reduzir salários, intensificando o desmonte da principal estatal do país, na contramão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e da própria CLT.
O nível de cinismo da direção golpista da empresa é tão grande que ela chegou a pedir resiliência dos trabalhadores enquanto promove cortes de salários, demite e pune petroleiros. Por outro lado, obviamente, a gestão protege os gerentes, assistentes, consultores, coordenadores, assessores, supervisores e os cargos de chefia, cujas gratificações continuarão intactas. Serão apenas postergadas, entre 10% e 30%.
Cerca de 46 mil trabalhadores da Petrobras e 7 mil da Transpetro são afetados pelas medidas, o que deixa milhares de famílias vulneráveis num momento em que a crise do coronavírus avança a passos largos no Brasil. Mais que isso, as medidas, anunciadas nesta quarta (1º) acontecem menos de uma semana depois da empresa ter comunicado a suspensão do recolhimento do FGTS, dos pagamentos da gratificação de férias e das horas extras, do cancelamento do avanço de nível e promoção dos trabalhadores.
Normando Rodrigues, o assessor jurídico da FUP, explica que “a desimplantação dos trabalhadores de turno, sem indenização, fere o artigo 9° da Lei 5.811/72. A redução de jornada e remuneração do pessoal administrativo fere o artigo 468 da CLT”. “As medidas da Petrobrás também não têm amparo na MPV 927/20”, denuncia.
Os ataques somam-se às demissões e punições arbitrárias que a direção da empresa impôs aos petroleiros que participaram da greve de fevereiro, mostrando que o acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) não adiantou absolutamente nada.
Isso mostra o erro que foi a suspensão da greve ocorrida em fevereiro e que o recuo dos trabalhadores sempre é respondido com um avanço dos patrões, expresso pelo governo golpista em seu projeto de privatizar a empresa e entregar o setor do petróleo e gás para os estrangeiros.
O golpe da direção da empresa, que quer tirar proveito da crise para expropriar trabalhadores, deve ser respondido com a mobilização da categoria e com a greve.