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Depoimento

Petroleiro: “Revogar as reformas sem derrubar Bolsonaro é impensável”

O DCO coletou depoimentos de petroleiros sobre a greve da categoria, que completa 12 dias nesta quarta e atinge mais de 100 unidades, 13 estados e 50 plataformas

Nessa terça (11), o Diário Causa Operária (DCO), conversou com petroleiros em greve e coletou depoimentos sobre o andamento do movimento, que completa 12 dias nesta quarta, atinge 13 estados e mais de 100 unidades em greve, sendo 50 plataformas de petróleo.

O movimento se iniciou no Paraná, com a ocupação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Araucária pelos petroquímicos e adesão à greve dos petroleiros nas 4 unidades da Petrobras no estado (Fafen, SIX, REPAR, TEPAR).

Para o dirigente do Sindipetro PR-SC, Jordano Zanardi:

“A greve é contra é contra as demissões dos 400 trabalhadores efetivos e dos 600 terceirizados da Fafen-PR e os mais de 4 mil empregos indiretos gerados em Araucária pela presença das unidades do Sistema Petrobras. Pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019-2020, que é contra as demissões em massa e vem sendo atropelado pela Petrobras. E em defesa da soberania, da energia, que não deve ser tratada como mercadoria a ser entregue ao capital estrangeiro.”

“REPAR e o TEPAR corte de rendição no dia 1º de fevereiro. Todas com a rendição cortada há 12 dias,” afirma Zanardi.”

Na tentativa de destruir a greve, a burguesia através do Tribunal Superior do Trabalho (TST) impôs uma série de medidas que mostram o caráter ditatorial do regime golpista no país. O tribunal determinou multas que ultrapassam os 5 milhões diários, bloqueio das contas da FUP e dos Sindicatos, retenção do repasse da mensalidade sindical por parte da Petrobras e que os petroleiros façam greve com 90% da categoria trabalhando.

Segundo Zanardi, só o Sindipetro PR-SC está tomando dívida de 250 mil reais por dia, pois a Justiça entendeu que a FUP não cumpriu a liminar de Ives Gandra. Para o petroleiro, a medida não é apenas estapafúrdia, como irreal, dado que “em períodos de férias, certamente há mais de 10% da categoria parada,” afirma o dirigente.

Quem são os fura-greves?

Somado a isso, a empresa passou a operar as unidades com “grupos de contingência” formados por fura-greves de dentro (coxinhas que não aderiram ao movimento) e de fora (terceirizados contratados). Zanardi denuncia:

“O grupo de contingência trabalha em desvio de função. É formado por pessoas, engenheiros e trabalhadores outros, que não tem conhecimento para operar essas unidades, oferecendo risco para os trabalhadores, para as instalações e para as comunidades do entorno.”

Fura-greve trabalhando em desvio de função. O Sindicato determina que os trabalhadores não entrem para trabalhar. Aquele que não adere a greve e trabalha em desvio de função, serviço para qual ele não é treinado. E as pessoas de fora que seriam de fora convocados para trabalharem.

A inclinação dos petroleiros em reagir à ofensiva da direita

Para Zanardi a conjuntura não é favorável, vide eleição do Bolsonaro e ataques sistemáticos da direita contra os trabalhadores e seus direitos. Portanto, apesar de alguns ministros que tentarem um esforço negocial, a grande massa deles é “pró patrão”.

“A eleição do Bolsonaro foi uma fraude, o ex-presidente Lula liderou todas as pesquisas do páreo. A lava Jato foi montada para prendê-lo e impedir que os partidos de centro-esquerda continuassem na liderança do nosso país.”

E continua:

“Neste momento estamos recebendo o apoio de inúmeras categorias através de notas e participações nos atos. A gente espera fomentar que outras categorias se somem à greve da categoria para defender às suas reivindicações específicas e as reivindicações de todas as categorias. Estamos abertos para receber o apoio de todas as categorias do país, bem como a disposição de apoiar as outras categorias. Não vamos correr da batalha neste momento. Se à conjuntura virar e os trabalhadores, os petroleiros vão cumprir seu papel neste processo.”

Perguntado pela redação do DCO sobre qual é, neste momento, a reivindicação geral que une os trabalhadores, Zanardi respondeu que a luta contra a reforma trabalhista e da previdência não unificou todos os trabalhadores, o que sinaliza que a base da unidade da classe trabalhadora não é trabalhista. Para ele, a unidade dos trabalhadores enquanto classe não se dará sobre uma base econômica, material. Segundo ele:

“A revogação de todas as medidas (reforma trabalhista e da previdência), sem a derrubada do governo Bolsonaro é impensável. A pauta que irá unificar as categorias não é a trabalhista. O principal problema do país hoje em dia é o desemprego. O Estado precisa retomar os investimentos, suspender os juros da dívida, taxar dividendos e grandes fortunas. É preciso retomar os investimentos públicos, para a retomada da indústria naval, para que os navios não sejam comprados na China, mas sim produzidos no país.”

Nesta quarta, ocorrem atos por todo o país para ampliar o alcance da greve dos petroleiros. O DCO segue na cobertura e se você é petroleiro ou tem informações sobre a greve, pode enviar para nossa redação. É preciso fortalecer o movimento, na defesa das reivindicações dos petroleiros e de todos os trabalhadores contra o governo golpista de Bolsonaro.

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