Petrobras deve abastecer navios do Irã, decide Toffoli

Há mais de um mês, dois cargueiros iranianos estão parados próximos ao porto de Paranaguá (PR), aguardando abastecimento para seguirem ao Irã. Os navios exportavam milho brasileiro ao país, mas a Petrobrás se recusou a abastecê-los, alegando que poderia ser punida pelas sanções econômicas impostas pelos EUA ao Irã. O Tribunal de Justiça do Paraná já havia determinado o abastecimento, que foi agora reiterado pelo Supremo Tribunal Federal.

Nota-se aí um típico exemplo das contradições da crise capitalista atual e, em particular, do regime golpista no Brasil. Ao se alinhar fielmente aos EUA, aderindo ao bloqueio econômico contra o Irã, Bolsonaro se choca com os ruralistas brasileiro que o apoiaram. O agronegócio brasileiro exporta milho, soja, frango e outros produtos para o Irã, e a adesão às sanções norte-americanas cria dificuldades para este setor.

É evidente que a decisão de Dias Toffoli não foi motivada por nenhum senso de luta antiimperialista ou defesa da soberania de um país. Um dia antes da decisão, o governo iraniano havia afirmado a intenção de suspender as importações brasileiras se os cargueiros não fosse abastecidos. Ainda há outros dois navios iranianos próximos ao porto de Imbituba que são alvos das sanções. O STF foi certamente pressionado por um setor da burguesia nacional preocupada com a perda dos seus negócios.

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