A crise do governo golpista de Jair Bolsonaro aumenta, fazendo crescer também o desespero da burguesia. Uma forma da classe trabalhadora medir o tamanho desse desespero é justamente observar os porta-vozes da propaganda direitista: a imprensa capitalista.
Qualquer pessoa que não esteja sob o efeito de substâncias produtoras de delírios diversos ou sofra de esquizofrenia sabe que a especialidade da dita grande imprensa é mentir. 99% da informação divulgada pelos grandes orgãos de imprensa são uma completa mentira, e o 1% restante é de origem extremamente duvidosa. Por isso, o crédito não deve ser para as informações divulgadas mas para os posicionamentos que essas informações revelam. E é com isso em mente que a classe trabalhadora e os diversos grupos oprimidos pelo regime de tipo fascista, capitaneado por Bolsonaro, devem ver as reações espalhafatosas das diversas publicações dos grandes monopólios de propaganda, que anunciaram nessa quarta-feira (22) uma virtual equivalência entre a aprovação de Bolsonaro (47%) e a desaprovação (47,8%), com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais e para menos.
A primeira coisa a ser considerada nesse caso é que pesquisas de opinião são tão facilmente manipuláveis que qualquer criança capaz de operar um mouse ou touchpad pode fazê-lo, e a seleção criteriosa dos dados a serem trabalhados constitui apenas um entre infindáveis meios de se manipular uma pesquisa. A segunda coisa a ser considerada talvez seja a mais esclarecedora questão a respeito dos interesses políticos envolvidos: quem pagou? Essa pergunta é de vital importância por que, como diz a sabedoria popular, quem paga o show, escolhe a música. E quem pagou não foi uma organização extraterrestre mas a famigerada CNT, sindicato patronal das empresas transportadoras que, como todas as organizações burguesas do Brasil, apoiou o golpe de 2016 que derrubou a presidenta Dilma e impôs o regime de características fascistas vigente desde então.
A questão do interesse fica óbvia quando vemos o tipo de organização que está por trás dessa pesquisa, afinal, estamos falando de uma escória golpista que participou diretamente da construção do projeto fascista em execução, e o fez para que seus interesses fossem atendidos. Por isso, é insensatez imaginar que voltariam atrás agora em nome de qualquer princípio elevado e desinteressado, justamente quando está em andamento um governo dedicado a atender aos interesses dos empresários, o que inclui a destruição de todas as formas de organização dos trabalhadores. Ao contrário, sairão em defesa do regime sempre que necessário porque isso significa defender os interesses da burguesia imperialista.
Aqui temos o ponto chave para entender o fundamento da propaganda. Ao contrário do que dizem os setores capituladores da esquerda pequeno burguesa, a imprensa golpista de conjunto precisa defender Bolsonaro com afinco justamente por sua fraqueza, porque, apesar dessa fraqueza, ele tem a maior base social dentro da direita. É o repúdio da população que mobiliza a máquina de propaganda da imprensa direitista, que sem esse poderoso instrumento de confusão, já teria caído há muito tempo. Por isso, nenhuma confiança pode ser depositada em pesquisas mirabolantes como essas, elaboradas por sindicatos patronais golpistas como é o caso da CNT, o interesse é mais do que óbvio. E a manipulação também.





