Em meio ao contexto do escândalo da vacinação de ministros e funcionários do governo nacional, a situação da pandemia do coronavírus se agrava no Peru. A Defensoria do Povo apontou que 14 estabelecimentos de saúde estão em alerta máximo, devido à falta de oxigênio para atender aos pacientes.
Há a perspectiva de falta de oxigênio em 11 hospitais nas próximas 24 horas. Destes, nove estão localizados na região metropolitana de Lima e dois em outras regiões do país andino. Observa-se uma crise do oxigênio, que pode resultar no mesmo tipo de catástrofe de Manaus.
Fontes governamentais afirmaram que são necessárias 510 toneladas de oxigênio para suprir a demanda diária. Contudo, as 104 fábricas só conseguem produzir um total de 400 toneladas, o que deixa um déficit de 104 toneladas.
O presidente do Peru, Francisco Sagasti (Partido Morado), admitiu que não estava preparado para a triplicação da demanda. Por sua vez, o governo chileno ofereceu o suprimento de 40 toneladas semanais de oxigênio.
O impacto da pandemia nos países latino-americanos demonstra a completa falência do capitalismo. Os sistemas de saúde se revelaram incapazes de enfrentar o problema, que foi se agravando dia após dia. Segundo dados divulgados no portal do Ministério da Saúde peruano, são 1.238.501 casos confirmados e 43.880 óbitos. Quase metade das infecções e mortes se concentram na capital Lima e sua região metropolitana.
Nos países governados pela direita, a situação se revela ainda mais catastrófica. É visível que os governos direitistas (um bom modelo é Jair Bolsonaro no Brasil) não procuraram organizar a população, investir na rede pública de saúde, amparar os trabalhadores com programas sociais, impedir as demissões em meio à pandemia. Pelo contrário, diversas medidas facilitaram as demissões e se procedeu ao aumento da repressão estatal.
A falta de cilindros de oxigênio para socorrer os pacientes de COVID-19 é a prova do fracasso em combater a doença. Sem oxigênio, os doentes agonizam até a morte por não poderem respirar. No caso de Manaus, a situação foi tão trágica que causou uma comoção internacional.
A política neoliberal, implementada com força no Peru, é responsável por dilapidar o sistema público de saúde e entregá-lo nas mãos da iniciativa privada. Durante décadas, esta política foi tida como um meio de aumentar a eficiência e melhorar o atendimento de saúde para a população. Contudo, a pandemia revelou de maneire intensa que a privatização só serviu para destruir ainda mais os sistemas de saúde dos países latino-americanos.
Seja no Peru, seja no Brasil, é colocado cada vez mais de maneira contundente a necessidade das organizações de esquerda assumirem a frente e organizarem a mobilização dos trabalhadores. Na mão dos governos golpistas de toda América Latina, o genocídio da população é uma realidade, que só pode ser combatida com a derrota destes regimes financiados pelo imperialismo.