O secretário geral da CGTP, Gerónimo López, qualificou de antidemocrática, ditatorial e a soberba a decisão da direção do Ministério do Interior de negar garantias constitucionais para a realização do protesto.
Assinalou que a disposição equivale à proscrição e viola a Constituição e as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
López contrastou a medida oficial com a tolerância a uma recente mobilização de elementos religiosos e políticos conservadores contra o enfoque de igualdade de gênero na educação. ‘Quando se trata dos trabalhadores, ameaçam com a repressão policial’, disse.
‘Com garantias ou sem elas -agregou- a greve unitária nacional, cívica e popular se realizará de qualquer jeito’ na quinta-feira, com a participação de outras centrais sindicais e organizações da sociedade civil, agrárias e regionais e partidos contrários à continuidade neoliberal.
A greve recusa uma norma do telefonema político de competitividade aprovada pelo Governo, que pretende estender as outras áreas um regime trabalhista com direitos reduzidos que regem no setor agrário.
O líder da CGTP assinalou que reduzir nos dias de férias, eliminar a reposição de despedidos injustamente, modificar os mecanismos de contratação e outras medidas atentam contra os trabalhadores.
Disse que a jornada da greve se caracterizará por mobilizações que, apesar da negação de garantias, se propõem chegar ao palácio do Governo e ao parlamento, zonas vedadas para os protestos.
O empresário Eduardo do Campo, dirigente da Sociedade Nacional de Indústrias, defendeu o telefonema reforma trabalhista decretada pelo Governo e recusada pelo movimento sindical.
No entanto, o ex-vice-ministro do Trabalho Alfredo Villavicencio expôs que a política de redução de direitos trabalhistas se aplica há três décadas e não tem conseguido os alegados objetivos de melhorar a produtividade, formalizar o emprego e só tem empobrecido os trabalhadores.